Foto: Agência Brasil

O Ministério Público Federal (MPF) abriu uma ação civil pública contra o antropólogo Edward Luz por ofensas racistas direcionadas ao cacique Raoni Metuktire, de 92 anos, líder do povo Kayapó. As falas aconteceram durante o evento Amazônia Centro do Mundo, realizado em Altamira, no oeste do Pará, em novembro de 2019. O órgão pede indenização por danos morais.

Durante o evento, Edward Luz assediou e divulgou informações falsas sobre o cacique. O antropólogo é ligado a entidades ruralistas e não possui uma boa relação com a comunidade científica brasileira.

A ação, assinada por 23 procuradores da República, solicita ainda que Edward seja obrigado a realizar um pedido de desculpas formal a Raoni Metuktire nas redes sociais. O valor da indenização será revertido para a comunidade Kayapó.

O documento pede, também, a retirada em até 48 horas de todas as publicações que divulgam ofensas e informações falsas sobre o cacique Raoni feitas pelo antropólogo em seu blog e perfis nas redes sociais.

Os procuradores afirmam que o pedido de desculpas e a indenização são necessárias para reafirmar o compromisso com as entidades ligadas às comunidades tradicionais no “atual contexto brasileiro, em que se constata um significativo aumento da violência contra os povos indígenas e de violações dos seus direitos individuais e coletivos”.

Relembre o caso

Durante o evento que reuniu movimentos sociais e lideranças indígenas em Altamira, Raoni provocou os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL). “Eu quero saber onde está o amigo do Bolsonaro. Cadê o Queiroz?”.

Também ao longo do encontro, Edward Luz passou a protestar contra o cacique Raoni. O antropólogo realizou postagens com ataques às organizações e lideranças que participaram do evento.

(Metrópoles)

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