O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, indicou nesta terça-feira (15/10) que levou em consideração as recomendações dos Estados Unidos, mas a resposta ao ataque iraniano de 1° de outubro ocorrerá de acordo com o “interesse nacional”. Segundo a imprensa americana, o premiê teria garantido à Casa Branca que a retaliação se limitaria às instalações militares do Irã.
Em meio à guerra contra o grupo Hezbollah, no Líbano, e o Hamas, na Faixa de Gaza, Israel prepara uma resposta ao Irã, após, segundo Netanyahu, ter escutado “as opiniões dos Estados Unidos”. Segundo o jornal americano The Washington Post, o premiê israelense teria conversado por telefone com o presidente americano, Joe Biden, a quem teria revelado sua intenção de atacar o Exército iraniano.
Os planos de Netanyahu “foram recebidos com alívio em Washington”, afirma a matéria. Biden alertou Israel a não atacar instalações nucleares ou de petróleo do Irã para evitar uma expansão da guerra.
O Irã repete que está pronto a se defender da iminente retaliação do país “inimigo”. No último 1° de outubro, Teerã lançou cerca de 200 mísseis contra Israel para vingar a morte do general Abbas Nilforoushan, morto em 27 de setembro ao lado do chefe do Hezbollah libanês, Hassan Nasrallah, em um bombardeio israelense na periferia de Beirute.
Noite violenta no Líbano
Na segunda-feira, Netanyahu também prometeu que seu país continuará “atacando sem piedade o Hezbollah” em todas as partes do Líbano. Nesta manhã, as forças israelenses lançaram novos ataques na região de Bekaa, no leste, deixando um hospital inoperável em Baalbeck. Violências também foram registradas no sul do território libanês.
Apesar de estar abalado pelos ataques israelenses, o Hezbollah continua a reagir. O movimento libanês indicou ter lançado foguetes nesta terça-feira (15) contra o norte de Israel e estar confrontando militares israelenses “infiltrados” no sul do país. Considerado como o segundo homem mais importante do grupo, Naïm Qassem deve realizar um discurso ainda hoje.
Desde a escalada de violência entre Israel e o Hezbollah, ao menos 1.315 pessoas morreram no Líbano. A ONU registra cerca de 700 mil deslocados pelo conflito.
Nesta terça-feira, as Nações Unidas fizeram um apelo em prol da abertura de uma investigação “rápida, independente e profunda” sobre um bombardeio israelense na véspera na cidade de Aito, norte do Líbano. Ao menos 22 pessoas morreram, entre elas, 12 mulheres e duas crianças.
50 mortos em Gaza
Segundo os serviços de socorro palestinos, ao menos 50 pessoas foram mortas em bombardeios israelenses na Faixa de Gaza nesta terça-feira. Um dos ataques visou o campo de refugiados de Al Faloudja, no norte do enclave, matando ao menos 17 civis. Dez outras pessoas morreram no desmoronamento de uma casa atingida por um míssil em Bani Souhaïla, no sul. Vários outros civis também morreram em um ataque contra o campo de refugiados de Nusseirat, no centro.
Na véspera, um bombardeio na cidade de Deir-al-Balah, no centro da Faixa de Gaza, atingiu o hospital de Al-Aqsa, onde deixou ao menos quatro mortos. Segundo o Exército israelense, o ataque visou “um centro de comando” do grupo Hamas.
Desde o início da ofensiva israelense em Gaza, há mais de um ano, cerca de 42 mil palestinos foram mortos. Do lado israelense, 1.200 morreram em um ataque sem precedentes do grupo Hamas contra Israel, em 7 de outubro de 2023.