Foto: Danilo Mello

A urgência do fortalecimento de políticas públicas de proteção ao meio ambiente é uma preocupação em todo o mundo. Durante a Sessão Ordinária desta terça-feira (24/9), na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), a necessidade de priorizar esta pauta foi destacada pelos parlamentares.

O deputado Wilker Barreto (Mobiliza) iniciou seu pronunciamento afirmando que a pauta ambiental precisa ser o carro chefe das discussões da Casa Legislativa. “Os veículos de comunicação já falam na expectativa da quebra do recorde da estiagem dos rios”, informou Barreto, afirmando que isto não pode ser encarado com surpresa, pois, segundo o deputado, a estiagem de 2023 já foi severa e a escassez de chuvas no primeiro semestre deste ano já indicava um momento difícil como o atual.

“Infelizmente a inércia e falta de gestão dos governos têm influência sobre isso, pois não apresentaram planos de ação ou realizaram obras como poços artesianos para socorrer a população do interior”, disse o deputado Wilker Barreto.

Logística

Além dos impactos para o meio ambiente e, principalmente, a saúde da população, pois, a seca severa isola comunidades, dificulta acesso a água potável, alimentos e atendimento médico. A questão logística também foi destacada.

A seca nos rios, as “estradas” do Amazonas, impacta diretamente na navegabilidade e, consequentemente, a logística de transporte, mercadorias e insumos que abastecem as indústrias instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM).

“Precisamos da rodovia BR-319, para escoar a nossa produção e também permitir que mercadorias cheguem ao nosso Estado”, afirmou o deputado Rozenha (PMB), cobrando o Governo Federal na recuperação da estrada que liga a capital Manaus a Rondônia.

O deputado Comandante Dan (Podemos) também falou sobre o impacto da seca na BR-319, informando sobre a sua participação na Caravana “Soluciona BR” que percorreu rodovia até o município de Humaitá (distante 677 quilômetros de Manaus). A caravana saiu de Manaus na quinta-feira (19/9) e retornou à capital no domingo (22/9).

Comandante Dan afirmou que o percurso está razoavelmente trafegável, em razão da estiagem prolongada, mas que as condições de segurança no deslocamento são mínimas, por conta da poeira e da fumaça das queimadas, que impedem a visão dos condutores.

O problema vai além da questão de manutenção ou falta de asfalto na via, segundo o deputado, mas a estiagem já afeta o tráfego, pois no trecho do rio Igapó-Açú, onde, há dois anos, a ponte desmoronou, e atualmente a travessia é feita por balsa. A fila de espera para atravessar pode chegar em até quatro dias, destacou Dan, por conta da seca do rio e da quase impossibilidade de atravessar os veículos.

“O rio vai continuar a secar e a balsa vai parar de vez, lógico. Não era para ter se pensado uma solução, depois da seca recorde de 2023?“, questionou o deputado, falando que naquele trecho tudo é improvisado e sem planejamento.

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