Na manhã desta quinta-feira (1º), o senador Omar Aziz (PSD), participou do programa Valdir Corrêa, na Rádio Difusora, onde discutiu os desafios enfrentados pela BR-319 (Manaus/Porto Velho) e os esforços em andamento para a conclusão do trecho central do asfaltamento da rodovia. O senador também abordou as dificuldades impostas pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que, segundo ele, está priorizando interesses internacionais em detrimento dos brasileiros no que tange à obra.

Questionado sobre a decisão judicial da 7ª Vara Federal do Amazonas, que suspendeu a licença prévia nº 672/2022 emitida pelo Ibama, permitindo ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) iniciar as ações para contratação das obras de pavimentação do trecho do meio da rodovia, Omar Aziz foi direto.

“Vamos ser realistas: isso foi feito aqui no Amazonas. Uma magistrada que é de outro estado, mas está trabalhando aqui [tomar essa decisão]. Até admito pessoas que não têm conhecimento da nossa região e nunca passaram por lá falem da BR-319 como se ela fosse o fim do mundo do meio ambiente. Não é o fim do mundo para quem conhece e já andou ali. Hoje, mesmo não tendo asfalto, se as pessoas quiserem extrair madeira dali, extrairiam porque tem uma estrada”, afirmou o senador.

Aziz exemplificou com o Sul do Amazonas, onde a madeira é extraída e levada para Rondônia de forma irregular, mesmo sem estradas adequadas, o que, para ele, prova que a pavimentação não facilitaria a exploração ilegal.

Críticas à Decisão Judicial

O senador criticou a decisão judicial baseada em informações fornecidas por ONGs que, segundo ele, não têm responsabilidade com a população local. Ele também ressaltou os problemas de navegabilidade do Rio Madeira, agravados pela seca, que dificultam ainda mais o transporte na região.

“Se a magistrada que deu essa decisão tivesse ido in loco dar uma olhada em como é, ela não daria [a decisão] baseando-se numa ONG que não tem responsabilidade nenhuma com a população. Agora, o rio está secando. O Madeira já chegou no limite da navegabilidade, nós teremos problemas de ida e vinda. No ano passado tivemos e esse ano vamos ter de novo. Estamos no início de agosto e iremos até setembro ou outubro com o rio secando. Se você analisar, as decisões são dadas dentro de gabinetes com ar-condicionado, sem conhecer a realidade. Isso é muito ruim porque se trata de um sonho”, avaliou.

Interesses Internacionais e Críticas à Ministra Marina Silva

Em relação à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, Omar Aziz afirmou que ela continua a mesma, com um descompromisso em relação às pessoas e ao desenvolvimento do Amazonas. Ele destacou a riqueza mineral do estado, que inclui urânio, e criticou a falta de regulamentação que beneficia apenas interesses externos.

“Temos até urânio que é o produto da bomba atômica. O Rio Negro tem urânio. Você vê a quantidade das balsas que estão extraindo ouro e levando pra fora do nosso estado e não fica quase nada. Se a gente regulamentar isso, vai ficar riqueza para as pessoas que moram no estado e para o Amazonas. Infelizmente, isso não é regulamentado. A Marina Silva não quer ouvir falar, mas isso não é um compromisso com os brasileiros nem com os amazonenses, é um compromisso que ela tem com outros países”, alfinetou.

Aziz também relembrou as Olimpíadas, citando a prova do Triatlo cancelada no rio Sena, na França, devido à poluição, e criticou líderes estrangeiros por tentarem dar lições de meio ambiente ao Brasil.

“Ela (Marina Silva) é a porta-voz do Macron na Amazônia, da Alemanha, dos Estados Unidos e dos países da Europa que poluem e emitem mais CO2 que o Brasil. A China é quem emite mais; Estados Unidos, o segundo. O que o Brasil produz é irrisório. Está cheio de picaretas e o Estado tem que estar de olho: vendendo terras do Estado e da União, títulos sobre títulos, cartórios fazendo parte de uma quadrilha que estão vendendo créditos de carbono, que é da população do país, do Amazonas e dos povos tradicionais e originários, que não usufruem disso, até os grandes empresários picaretas estão comprando milhões de hectares, com a anuência de amazonenses”, denunciou.

A entrevista de Omar Aziz destacou os desafios e as controvérsias em torno da BR-319, além das críticas à gestão ambiental federal. O senador enfatizou a necessidade de conhecer a realidade local antes de tomar decisões que afetam a população e criticou a influência de interesses internacionais na política ambiental brasileira.

Artigo anterior“Canibal” baiano confessa que fazia feijão com carne humana. Vídeo
Próximo artigoEm Amaturá, agricultores e pescadores recebem R$ 400 mil em crédito rural