A futura Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigará fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) deverá contar com protagonismo de parlamentares do Amazonas. O senador Omar Aziz (PSD-AM) é cotado para assumir a presidência do colegiado, enquanto o deputado federal Sidney Leite (PSD-AM) já foi confirmado como membro titular da comissão.
Formada por 30 titulares — sendo 15 senadores e 15 deputados — e igual número de suplentes, a CPMI foi criada oficialmente em 17 de junho e ainda aguarda a definição de todos os indicados para ser instalada. O senador Davi Alcolumbre (União-AP), presidente do Congresso Nacional, será o responsável por marcar a sessão inaugural.
O PSD foi o primeiro partido a oficializar seus representantes. Além de Sidney Leite, o deputado Carlos Sampaio (PSD-SP) atuará como suplente. Já o nome de Omar Aziz, que presidiu a CPI da Covid em 2021, tem apoio da base governista, que o considera um perfil moderado e experiente para conduzir os trabalhos.
A relatoria da comissão segue indefinida e é disputada por diferentes alas do Congresso, sobretudo por partidos do centrão. A função é estratégica, já que caberá ao relator conduzir a linha investigativa e apresentar o relatório final da CPMI. Governistas defendem que a escolha recaia sobre um nome técnico, para evitar o uso político da comissão.
A criação da CPMI foi motivada após uma operação conjunta da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União revelar um esquema de descontos indevidos aplicados na folha de pagamento de aposentados e pensionistas desde 2019. O escândalo provocou forte reação no Congresso, levando à articulação da comissão por iniciativa de parlamentares do PL, maior partido da oposição.
Entre os nomes mais cotados para integrar a chamada “tropa de choque” oposicionista está o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), conhecido por sua atuação polêmica e forte presença nas redes sociais. A legenda, com 90 deputados, deverá ocupar seis vagas, entre titulares e suplentes.
Enquanto isso, o PT já indicou o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, como um de seus representantes. No Senado, os petistas devem definir sua bancada na comissão até o dia 24 de junho.
A expectativa é que a CPMI só comece a funcionar efetivamente a partir do segundo semestre, após o recesso parlamentar previsto para iniciar em 18 de julho. A primeira sessão será dedicada à eleição do presidente e vice, além da definição do relator — escolhas que, embora votadas, costumam ser negociadas previamente entre os blocos políticos.
