Foto: Roque de Sá/Agência Senado

O senador Omar Aziz (PSD-AM) é o nome mais cotado para assumir a presidência da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, recém-instalada no Congresso Nacional. A escolha do parlamentar amazonense reforça a estratégia do Palácio do Planalto de garantir protagonismo na condução da investigação sobre supostas fraudes no sistema previdenciário, evitando que a oposição utilize o colegiado como plataforma política.

A indicação de Aziz, que tem bom trânsito entre diversos setores do Congresso, é vista como um movimento de equilíbrio diante da disputa pela relatoria da CPMI — função que caberá à Câmara dos Deputados e que pode cair nas mãos do PL, principal partido de oposição e legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro. Os nomes mais cogitados são os deputados Coronel Crisóstomo (RO) e Coronel Fernanda (MT), ambos responsáveis pela coleta de assinaturas que viabilizou a instalação da comissão.

Nos bastidores, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) trabalha para evitar que a CPMI se transforme em um foco de desgaste institucional. A atuação de Omar Aziz na presidência do colegiado é considerada estratégica, tanto por sua experiência no comando da CPI da Covid quanto por sua capacidade de articulação política. A presença de Aziz no cargo é interpretada como um contrapeso à eventual relatoria oposicionista.

O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), defendeu uma condução equilibrada dos trabalhos. Segundo ele, seria prudente que a comissão não fosse dominada nem por aliados diretos do governo, nem por representantes da oposição radical. Randolfe aposta no presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), como mediador da escolha de um nome para a relatoria que não transforme o colegiado em campo de batalha político.

O Planalto também articula com partidos do centrão para evitar que a relatoria seja usada como instrumento de ataque ao governo. A narrativa construída pelos governistas aponta que as fraudes previdenciárias identificadas ocorreram, em sua maioria, durante a gestão anterior, cabendo à atual administração o mérito por tê-las revelado e combatido.

A expectativa entre parlamentares aliados é que, sob a liderança de Omar Aziz, a CPMI mantenha o foco técnico da investigação, resguardando o governo de desgastes e promovendo um ambiente de apuração sem contaminação eleitoral. Ainda assim, o Planalto segue atento à composição da comissão e à disputa de espaços que pode influenciar o ritmo e o escopo das investigações.

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