O Conselho de Segurança das Nações Unidas se reúne extraordinariamente, nesta quarta-feira (2/10), em Nova York (EUA), na tentativa de viabilizar uma solução para o conflito no Oriente Médio, após a invasão terrestre de Israel ao sul do Líbano e a consequente retaliação do Irã, com bombardeios às cidades israelenses Tel Aviv e Jerusalém.
Quem abriu a sessão foi o secretário-geral da ONU, António Guterres. No discurso, ele condenou os ataques do Irã a Israel e pediu que os arquirrivais evitem uma guerra total no Líbano. Guterres defendeu a instituição de Estados para Israel e palestinos.
Em outra crítica aos ataques de Israel ao território libanês, o secretário-geral pediu que “a soberania do Líbano seja respeitada”, ressaltando ao Conselho que o “ciclo mortal de violência retaliatória deve parar”. “O tempo está se esgotando”, ressaltou.
O Conselho de Segurança da ONU, composto por 15 membros, reúne-se, de forma extraordinária, um dia após o Irã atacar Israel, em represália às mortes de integrantes do grupo Hezbollah.
“Mais uma vez, condeno veementemente o ataque maciço de mísseis de ontem do Irã contra Israel”, reiterou Guterres.
Já a embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, reiterou a ameaça norte-americana ao Irã feita nessa terça-feira (1º/10), ao afirmar que um ataque a Israel teria “sérias consequências”.
Ações significativas
Em uma carta ao Conselho de Segurança nessa terça-feira (1º/10), o Irã justificou seu ataque a Israel como autodefesa, evocando o artigo 51 da carta fundadora da ONU e citando “ações agressivas” de Israel, incluindo violações da soberania do Irã.
“O Irã, em total conformidade com o princípio de distinção sob o direito internacional humanitário, apenas alvejou as instalações militares e de segurança do regime com seus ataques de mísseis defensivos”, escreveu o Irã ao Conselho.
Já Danny Danon, enviado de Israel à ONU, acusou o Irã de querer destruir Israel “com um anel de fogo de sete frentes” e exigiu que o Conselho defina o Corpo da Guarda Revolucionária do Irã como uma organização “terrorista”, segundo informou a Al Jazeera.
“Persona non grata”
Ainda nesta quarta, o governo de Israel declarou António Guterres “persona non grata”. Além disso, o país proibiu o secretário-geral de entrar no território israelense e disse que ele será lembrado “como uma mancha na história da ONU”, segundo informações do jornal britânico The Guardian.
Nas redes sociais, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, postou: “Hoje, declarei o secretário-geral da ONU, António Guterres, persona non grata em Israel e o proibi de entrar no país. Qualquer um que não possa condenar inequivocamente o ataque hediondo do Irã a Israel, como quase todos os países do mundo fizeram, não merece pisar em solo israelense”.
“Este é um secretário-geral que ainda não denunciou o massacre e as atrocidades sexuais cometidas pelos assassinos do Hamas em 7 de outubro, nem liderou quaisquer esforços para declará-los uma organização terrorista.”