Na ação desencadeada na manhã desta terça-feira em Manaus e no município de Tapauá o Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, com apoio da Controladoria Geral da União (CGU) e de policiais da Delegacia Especializada no Combate ao Crime Organizado (DRCO), com objetivo de desbaratar uma organização criminosa que desviou mais de R$ 60 milhões de verbas públicas, o MP descobriu que 99% dos vereadores do município no Sul do Amazonas recebiam “mensalinho” de cerca de R$ 3 mil para aprovar as atividades do prefeito José Bezerra Guedes, o “Zezito”, apontado como líder da Orcrim. Seis vereadores foram presos em Tapauá e quatro em Manaus.
“Comprovamos durante as investigações que todos os vereadores, menos um, recebiam ‘mensalinho’. O prefeito e o presidente da Câmara interligavam as negociações entre parlamentares com o dono da empresa. Eles (vereadores) também receberam um bônus de R$ 5 mil. Fizemos imagens dos pagamentos que aconteciam em Manaus. Eles estavam preparados, porque mudavam de carros e locais”, declarou Fábio Monteiro, aos jornalistas na coletiva na coletiva de imprensa na manhã de hoje.
O procurador-geral também contou que o empresário “Waltinho” foi filmado entregando propinas a um integrante da Câmara dos Vereadores, pedindo que este concordasse com medidas promovidas pelo prefeito.
De acordo com Fábio Monteiro, a empresa V.W. Comércio, Construções e Transportes LTDA era favorecida com as licitações. Representantes desta empresa também escolhiam outras instituições que ganhariam as outras licitações.
O aspirante da Polícia Militar, identificado como Lourenço Souza, também aparece no organograma como integrante da organização.
“Esse desvio acontece há anos”, disse Monteiro, informando que os que foram presos em Tapauá já estão em Manaus e serão ouvidos na tarde desta terça-feira e depois serão encaminhados ao Centro de Detenção Masculino I, localizado no quilômetro 8 da BR 174 (Manaus/Boa Vista).
Fábio Monteiro informou ainda que há cerca de 60 dias o Ministério Público recebeu as denúncias de Tapauá. “Já tínhamos informações da corrupção que acontecia. Mas fomos procurados novamente com informações dessa organização criminosa que oferecia um favorecimento exclusivo para a empresa W. V. Construções e aprofundamos as investigações”, acrescentou o procurador.







