Fibra da casca de psyllium misturada com água no copo de vidro formando gel servida em uma bandeja de madeira em formato de coração - Foto: Getty Images

Você já deve ter cruzado com ele nas redes sociais: o psyllium, ou psílio, virou a bola da vez entre quem busca emagrecer de forma mais natural. A promessa é direta: controlar o apetite, aumentar a saciedade e, de quebra, auxiliar na perda de peso. O apelido? “Ozempic natural”. Mas será que a fibra tem esse poder todo?

O psyllium é uma fibra solúvel que, ao entrar em contato com a água, forma um gel no estômago. Esse efeito físico ajuda a retardar o esvaziamento gástrico, o que pode dar a sensação de estômago cheio por mais tempo. O mecanismo é semelhante, mas não idêntico, ao dos medicamentos à base de semaglutida, como o Ozempic, voltados para o tratamento de obesidade e diabetes.

Especialistas ponderam sobre os limites da comparação. A nutricionista Lara Natacci, pós-doutora pela USP, explica que o psyllium age localmente no trato digestivo, enquanto a semaglutida atua no sistema nervoso central e nos hormônios da saciedade. Já a endocrinologista Tassiane Alvarenga, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, alerta: “Chamar o psyllium de ‘Ozempic natural’ é uma propaganda enganosa. Não há equivalência terapêutica.”

Nos Estados Unidos, o uso do psyllium como auxiliar no emagrecimento também vem chamando atenção. Segundo o farmacêutico Robert Alesiani, a fibra é eficaz para melhorar o trânsito intestinal e controlar a glicemia, mas seus efeitos são temporários e não comparáveis aos de medicamentos prescritos.

É o que reforça a nutricionista Jessica Cording: “Ele pode ser parte de uma estratégia para melhorar a alimentação, mas não deve ser usado como substituto de remédios. Sem mudanças de estilo de vida, ele sozinho não faz milagre.”

Ainda que natural, o psyllium pode causar desconfortos se consumido em excesso ou de forma incorreta, como prisão de ventre, gases e até obstrução intestinal em casos mais graves. Por isso, o uso deve ser orientado por um profissional de saúde.

O psyllium pode até ajudar, mas está longe de ser uma solução mágica. Para quem quer emagrecer com saúde, o caminho ainda passa por equilíbrio, alimentação adequada, orientação médica e rotina ativa, sem atalhos milagrosos.

Com informações de Correio 24 Horas

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