
A Polícia Federal deflagrou, nos dias 11 e 12 de junho, a Operação Caixa Alta, com o objetivo de apurar a prática de corrupção eleitoral no município de Jutaí, no interior do Amazonas, relacionada às eleições municipais de 2024. A investigação aponta o possível uso de recursos ilícitos por agentes públicos para financiar campanhas políticas na região.
Ao todo, foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Eleitoral nas cidades de Jutaí e Manaus. Entre os alvos das diligências estão a sede da Prefeitura de Jutaí, a residência da prefeita Mercedes Vargas (União Brasil), imóveis pertencentes a dois irmãos da gestora e ainda a casa do ex-prefeito do município, conhecido como Pedrinho.
As apurações tiveram início após a apreensão de cerca de R$ 800 mil em dinheiro vivo, em setembro de 2024, durante fiscalização da Operação Eleições 2024 da PF. O montante foi encontrado dentro de um jatinho fretado, no Aeroclube de Manaus, embalado como encomenda, com destino à cidade de Fonte Boa. As investigações indicaram que a aeronave teria sido contratada pela Prefeitura de Jutaí, o que levantou suspeitas sobre a origem e o uso dos recursos.
Com o avanço das diligências, a Polícia Federal identificou indícios da existência de um esquema de caixa dois para financiamento de campanhas, envolvendo possíveis práticas de corrupção eleitoral, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e outros crimes conexos.
Durante o cumprimento dos mandados, foram apreendidos aparelhos eletrônicos e quantias em dinheiro, que agora serão analisados pela equipe de investigação.
A Operação Caixa Alta faz parte do esforço da Polícia Federal para combater irregularidades no processo eleitoral e garantir a lisura das eleições municipais deste ano.
A reportagem tentou contato com a Prefeitura de Jutaí e com o ex-prefeito Pedrinho, mas até o momento da publicação desta matéria, não obteve retorno. O espaço permanece aberto para manifestações.