Esta foto de arquivo de 2 de agosto de 2010 mostra a sede da Procter & Gamble Co. em Cincinnati. A Procter & Gamble divulga seus resultados financeiros trimestrais na terça-feira, 27 de janeiro de 2015 (Crédito: AP/Al Behrman, Arquivo)

A multinacional Procter & Gamble (P&G), maior empresa de bens de consumo do mundo, anunciou nesta quinta-feira (4) um plano global de reestruturação que prevê o corte de 7.000 postos de trabalho nos próximos dois anos — cerca de 6% de sua força de trabalho total. A medida ocorre em um cenário de demanda instável e aumento dos custos operacionais, impulsionados pela guerra comercial entre Estados Unidos e China.

Durante apresentação em uma conferência do Deutsche Bank, realizada em Paris, executivos da P&G informaram que a empresa também pretende abandonar algumas categorias de produtos e marcas em determinados mercados, além de avaliar possíveis desinvestimentos, embora ainda sem detalhes divulgados.

Segundo a companhia, o objetivo do plano é acelerar sua estratégia atual diante de um ambiente global considerado desafiador. “Essa não é uma abordagem nova, mas uma aceleração intencional da estratégia que já vínhamos adotando para seguir competitivos em um cenário cada vez mais complexo”, afirmaram representantes da P&G.

Reorganização estrutural

A empresa, que contava com aproximadamente 108 mil funcionários em junho de 2024, informou que os cortes afetarão cerca de 15% do quadro não industrial. A reestruturação prevê simplificação da estrutura organizacional, com a redução do tamanho das equipes e a ampliação das funções.

Além disso, a P&G pretende ajustar sua cadeia de suprimentos, com o objetivo de reduzir custos operacionais. A possível venda de marcas e readequação de portfólios regionais está entre as medidas previstas para tornar a operação mais eficiente.

Impacto da guerra comercial

As recentes tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos, sob a gestão do presidente Donald Trump, contribuíram para o aumento dos custos da P&G. A companhia importa da China diversos insumos, como matérias-primas, embalagens e até produtos finalizados. Esse cenário, agravado pela escalada da guerra comercial, impactou as operações da empresa e elevou os custos logísticos e de produção.

De acordo com levantamento da agência Reuters, o conflito comercial entre EUA e China já gerou mais de US$ 34 bilhões em perdas e gastos adicionais para empresas americanas, número que tende a crescer à medida que as tensões persistem.

Com esse plano de reestruturação, a P&G se antecipa a um possível novo período de retração do consumo global, especialmente diante da pressão inflacionária que afeta diretamente o comportamento dos consumidores em diversos mercados.

Com informações de IstoÉ

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