Participar da transformação de vida das pessoas, servindo em missões humanitárias, dentre outros objetivos, sempre foi o sonho pessoal e profissional da 1ª Tenente PM, Juliana Leite Nattrodt, policial militar feminina da Corporação Militar do Amazonas. Ela conseguiu concretizar esse intuito, de forma pioneira enquanto mulher amazonense, em novembro deste ano, após ingressar em uma missão de paz das Nações Unidas, a ONU, no continente africano.

Desde então, a tenente PM Nattrodt, está cedida ao Ministério da Defesa, atuando como Policial Individual da ONU, na cidade de Bor, Estado de Jonglei, na República do Sudão do Sul, África. Lá exerce funções administrativas, de pessoal e logísticas. Segundo ela, sua chegada no país africano se deu no dia 1º de novembro, mas até essa data, passou por muitas etapas.

A tenente Juliana explicou um pouco de como foi galgar ao posto de primeira policial militar mulher do Amazonas e servir como Policial da ONU. De acordo com ela é necessário inicialmente, realizar uma prova de habilitação e possuir requisitos mínimos como possuir cinco anos de experiência na atividade policial. A avaliação consiste em confirmar a proficiência na língua inglesa ou francesa, bem como passar por entrevista, prova de tiro e direção, com avaliadores do próprio staff da ONU. Ela conta ainda que também é necessário cumprir um estágio de três meses, preparatório em missões de paz e coordenado pelo Exército Brasileiro, com aulas presenciais e exercícios em terreno simulando situações e ocorrências comuns da rotina de um policial em missões de paz.

Conforme Juliana, a partir daí se dão as etapas seguintes até acontecer a convocação para atuar em missões humanitárias no exterior. A tenente PM contou que um dos principais motivos em ter buscado as missões da ONU, foi justamente participar do contexto e da transformação da vida das pessoas em regiões de conflitos, servindo com espírito forte nas adversidades e bastante ardor e entusiasmo.

“Também fui motivada por outros sentimentos, como por exemplo, conhecer diferentes culturas, vivenciar novas realidades e poder ser parte da história no serviço humanitário na transformação de vidas, ideiais pelos os quais sempre sonhei e lutei tanto no aspecto pessoal, quanto na vida profissional. Atuamos diariamente das mudanças na estrutura da sociedade e das forças policiais locais, marcadas pelo conflito e pós guerra”, contou.

Para Juliana, ser policial militar no Estado do Amazonas tornou esse sonho possível e atuar em uma missão de paz em um país longínquo como o Sudão do Sul, lhe encheu de orgulho em representar o país e Amazonas internacionalmente. “Ser policial feminina em Missão de Paz, tem um papel muito importante, entre outras coisas, conseguimos desenvolver trabalhos de instrução na prevenção e combate à violência de gênero, além de nossa presença transmitir no país confiança, também favorecer muitas ações estratégicas voltadas a proteção dos direitos de mulheres, crianças e grupos vulneráveis”, ressaltou.

Na visão dela, a oportunidade de integrar a iniciativa e ter a chance de dividir os conhecimentos com policiais de vários países é um aprendizado diário, outros militares já participaram missões humanitárias, mas ela é a primeira mulher a participar. “Essa troca de experiência ajuda no aprimoramento de técnicas e doutrinas policiais que poderemos levar para a nossa polícia de origem. E, não menos importante, poder promover a valorização e o reconhecimento da policia Militar do Amazonas perante a sociedade, projetando uma imagem positiva da nossa instituição em ambiente nacional e internacional”, acentuou.

O serviço – Segundo Nattrodt, o serviço do policial na missão, consiste diretamente no envolvimento com a comunidade local, governantes e com as forças de segurança pública, tendo por objetivo proteger a população, proporcionando um ambiente seguro, monitorando abusos e violações aos direitos humanos. Também participa da capacitação e o desenvolvimento da polícia local, atuando nas instruções de policiamento comunitário, prevenção da violência sexual, violência baseada em gênero, violência contra crianças, vulneráveis, dentre outros seguimentos.

Carreira policial – A 1ª Tenente PM Juliana está há mais de 9 anos na PMAM, tendo ingressado em agosto de 2012, exercendo funções no Comando de Policiamento de Área (CPA) Centro-Sul; também atuou no Colégio Militar da Polícia Militar (unidade VIII); e mais recentemente, antes de ser desdobrada para a Missão no Sudão, no continente africano, exercia a função de Ajudante de Ordens no gabinete do Comandante Geral da PMAM.

A missão da ONU – A manutenção da paz pela ONU ajuda os países a superar o difícil caminho que separa o conflito da paz. Temos forças únicas, na manutenção da paz para atender a um conjunto de mandatos estabelecidos pelo Conselho de Segurança e pela Assembleia Geral dos Estados Unidos Nações. O tempo que o Policial da ONU pode permanecer na missão, servindo como Policial Individual da ONU é de até dois anos de serviço.

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