
Dezessete anos após o assassinato de Alessandro da Silva Coelho, conhecido como “Bebetinho”, o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) decidiu arquivar o processo que acusava Raphael Wallace Saraiva de Souza, filho do ex-deputado Wallace Souza, de envolvimento no crime. A decisão pela impronúncia, proferida pelo juiz Fábio Lopes Alfaia, impede que o réu e outros dois acusados sejam levados a júri popular, com base na ausência de provas suficientes para sustentar a acusação.
O homicídio ocorreu em julho de 2008, no estacionamento do Centro de Convenções Sambódromo, em Manaus. Desde então, o processo se arrastava na Justiça sem que houvesse, segundo o magistrado, elementos que apontassem a autoria do crime de forma minimamente consistente.
“No decorrer da instrução, não foram produzidas provas que pudessem corroborar a denúncia apresentada pelo Ministério Público”, destacou Alfaia. Para o juiz, os indícios reunidos ao longo dos anos são frágeis e não sustentam a continuidade da ação penal.
Além de Raphael, também foram impronunciados Marcelo Terças de Oliveira e Eliseu de Souza Gomes, igualmente denunciados pelo Ministério Público do Amazonas (MP-AM). A decisão encerra a fase de instrução do processo, arquivando a acusação contra os três, salvo o surgimento de novas provas.
Após a divulgação da decisão, Raphael Souza se pronunciou publicamente em seu perfil no Instagram, onde compartilhou o alívio por, segundo ele, finalmente comprovar sua inocência. “Durante todos esses anos, sofri em silêncio ao lado da minha família, enfrentando acusações e julgamentos precipitados. Sempre mantive minha fé e acreditei que a Justiça dos homens, guiada por Deus, um dia reconheceria a verdade — e esse dia chegou”, escreveu.
Em tom emocionado, Raphael também fez menção ao pai, o ex-deputado Wallace Souza, falecido em 2010. “Pai, infelizmente isso não te traz de volta, mas como eu gostaria que isso acontecesse… que você aparecesse em meus sonhos hoje e me desse um abraço”, publicou.
Decisão