A presença ostensiva do crime organizado foi destaque neste domingo, 29, no O Globo. Com quase 15 mil caracteres, a reportagem “O Crime em Campanha: Avanço de fação do RJ por Manaus deixa candidatos reféns do tráfico no coração da Amazônia”, assinada por Rafael Soares, da a dimensão do perigoso pantanal de absurdos gerado pela ousadia de bandidos que, em nome de seus “candidatos”, não permitem concorrência ou dividir o território eleitoral dominado por facções criminosas.
Já na abertura da reportagem, o deputado Amom Mandel, candidato à prefeitura de Manaus pelo Cidadania/PSDB, é citado como uma espécie de ilustração que bem define a voracidade do crime organizado pelo poder.
“Você não pode fazer campanha aqui, só o nosso candidato. Desliguem tudo e saiam. Agora”.
Ao ser intimado a se retirar do local, Amom Mandel se encontrava na Rua Canela, no bairro Jorge Teixeira, Zona Leste da cidade, para gravar um programa eleitoral sobre um buraco de mais de um metro de profundidade na calçada. Antes da abordagem, um estampido ensurdecedor de fogos de artifício alertava ao candidato e sua equipe que boa coisa naquele local não os aguardava.
“Em Manaus, a campanha é um campo minado: cada lugar tem um dono, que determina quem pode ou não falar com o eleitor”, declarou o candidato à reportagem do O Globo, durante caminhada na comunidade União da Vitória, na Zona Oeste, onde recebeu o ultimado para deixar o local por ordem de traficantes com a presença de policiais entre os seguranças do candidato.
Amom Mendel não é a exceção. O próprio prefeito David Almeida, no fim de agosto, foi ameaçado por um traficante enquanto gravava para seu horário político no conjunto habitacional Viver Melhor, na Zona Norte. “Recebi um comunicado de que a pessoa que manda na área disse que ninguém faria campanha lá”, relatou o prefeito.
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