Na atmosfera sofisticada de Genebra, Suíça, entre os dias 30 de maio e 1º de junho, o Festival da Amazônia se tornará o epicentro da celebração das tradições indígenas da Amazônia. O evento promete uma tradição autêntica na cultura dos povos originários, trazendo à Europa rituais espirituais, pinturas corporais e conferências sobre direitos intelectuais.

Realizado no Geneva Polo Club, o Festival Amazônia se destaca por ser um espaço de valorização das artes e dos saberes indígenas. Diferente de eventos comerciais, este festival não apenas exibe talentos, mas também amplia o diálogo sobre questões ambientais e sociais que impactam a Amazônia. A participação de artistas e líderes indígenas roraimenses, sem apoio governamental, reforça o caráter de resistência e independência cultural dessas comunidades.

Entre os representantes de Roraima estarão Iolanda Macuxi, pajé; Tuxaua Waldeci Wai Wai; Aldino Taurepang; Pajé Yra Tikuna; e Ana Carolina Macuxi, personalidades que carregam consigo a ancestralidade e as tradições de suas etnias.

A arte que ecoa nos Alpes Suíços- O evento contará ainda com a presença do cantor e compositor Dennis Martins, conhecido como oPríncipe da Toada da Amazônia. O artista vem ganhando notoriedade por sua contribuição nas toadas da região e, mais recentemente, por sua estreia no icônicoBar do Boi Caprichoso, no Sambódromo de Manaus. Após a apresentação no Festival Amazonie, Dennis Martins seguirá sua jornada cultural, passando pela Caravana Parintins 2025 e por eventos tradicionais na Ilha Tupinambarana.

“Estou ciente de que o evento em Genebra é de grande responsabilidade para marcar a história e a territorialidade dos nossos povos originários. Não apenas pela nossa trajetória, mas também pela arte dos saberes ancestrais que carregamos em nosso DNA”, afirmou Martins, que também é neto de curandeiro e filho de ribeirinhos do Alto Rio Amazonas.

O público europeu poderá vivenciar, ao longo dos três dias de festival, uma verdadeira tradição na cultura indígena. Além das apresentações musicais, há rituais espirituais, pintura corporal e debates sobre o direito intelectual indígena. Para quem busca uma conexão mais profunda, será possível conhecer o artesanato amazônico, a moda indígena e a gastronomia típica.

O valor da cultura indígena no cenário internacional -Segundo Geise Perrelet, organizadora do festival e descendente da etnia Hixkariyana, a iniciativa é uma oportunidade para que os europeus conheçam a riqueza da tradição indígena.

“Teremos o prazer de receber essas personalidades importantes que compartilharão conosco seus conhecimentos ancestrais, seus cantos, suas danças e suas pinturas, promovendo um intercâmbio cultural único”, ressaltou.

A participação dos artistas indígenas de Roraima no Festival da Amazônia marca um avanço na difusão e valorização dos povos da Amazônia, transcendendo fronteiras e reforçando a importância da preservação cultural e ambiental.

“A ausência de apoio governamental não compromete a missão desses artistas e líderes indígenas, apenas evidencia sua força, determinação e competência”, destacou Carlos Alberto, professor antropólogo que faz parte da organização de Roraima e líder da comitiva.

Com o apoio de ONGs e da Prefeitura de Manaus, o Festival Amazônia promete ser um marco na valorização da cultura originária, provando que a voz da Amazônia ecológica, mesmo sem patrocinadores oficiais.

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