O rio Madeira, afluente mais importante do rio Amazonas, atingiu neste sábado (14/9) o menor nível da série histórica, conforme os dados do monitoramento do Serviço Geológico do Brasil (SGB).
Em Porto Velho (RO), o nível chegou à cota de 41 centímetros, a menor registrada desde que o Madeira começou a ser observado, em 1967. Os bancos de areia que já eram grandes ficaram ainda maiores.
As comunidades ribeirinhas que dependem do rio para se locomover de barco estão isoladas. Crianças e adolescentes que precisam frequentar a escola, por exemplo, estão caminhando longos caminhos a pé para não perderem as aulas.
Dentre os afluentes do Amazonas, o rio Madeira é o mais longo, com quase 1,5 mil quilômetros de extensão. Somente na região de Porto Velho, existem cerca de 50 comunidades ribeirinhas que vivem às margens do rio.
Redução do nível desde julho
A diminuição do nível do Madeira começou em julho deste ano, à medida que o período de estiagem foi avançando. No dia 5 de setembro, ele ficou abaixo de 1 metro pela primeira vez na história. Em menos de 10 dias, o nível baixou mais 55 centímetros.
Com o ineditismo da seca, o SGB precisou trocar até a régua de medição e adotar uma nova, que vai até os centímetros. O baixíssimo nível do rio repercutiu, inclusive, no funcionamento das hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, duas das maiores do Brasil. Elas estão operando com menos de 20% das turbinas.
Rondônia é um dos estados do Brasil mais atingidos pelos incêndios florestais. A fumaça tomou conta de várias cidades, a ponto de voos serem cancelados em Porto Velho. O governo local editou um decreto orientando para que as pessoas evitem atividades ao ar livre.
Com informações de Metrópoles.