
Maués/Marau – O secretário municipal dos Povos Originários de Maués (AM), Eleomar Sateré, lamentou nesta terça-feira, 22, que, após mais de três décadas cansativas de idas e vindas, de vãs e falsas promessas, a Nação Sateré-Mawé tenha sido lembrada pelo poder público municipal com um espaço.
Conforme lembrou Eleomar Sateré, nesses mais de 30 anos de contato com o poder dominante, só agora, com a eleição de uma mulher para a prefeitura do município, o povo Sateré ocupará um espaço no poder público para que possa na condição de cidadão pleno, defender os seus direitos que ao longo de décadas lhe foi negado.
“Rogamos a Deus para que a prefeita Macelly Veras, que criou a Secretária dos Povos Originários de Maués, não desista de olhar com que sempre olhou antes mesmo de se eleger prefeita, pelo nosso povo. Foi através de seu espírito de liderança, justiça, e compromisso social com as minorias que, hoje, saímos do ostracismo para defender em todas as esferas de poder os nossos direitos”, comentou.
Segundo Eleomar Sateré, o desafio de assumir uma secretaria na esfera do município, na expectativa de mudar valores e, sobretudo, a nefasta cultura discricionária que segrega e impõe obstáculos à sociedade sateré, é gigantesca.
“Estamos conscientes de nossa responsabilidade e dos obstáculos que teremos que enfrentar mesmo com o apoio da prefeita Macelly que não hesitou criar a Secretária Indígena – uma de suas mais enfáticas promessas de campanha”, afirmou.
Eleomar Sateré disse que o fortalecimento de políticas públicas, como Educação e Saúde, o incremento de infraestrutura básica, como saneamento básico, e outras necessidades, como habitação, estão entre as prioridades de sua secretaria.
Com o apoio de Macelly Veras, ele disse que não pretende se enfurnar dentro de um gabinete “vendo a banda passar”. Segundo ele, o Congresso Nacional, o Planalto, os ministérios, as ONGs e instituições internacionais são o caminho a trilhar na luta pela melhoria de vida do povo Sateré-Mawé.