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O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, emitiu um alerta direto aos Estados Unidos nesta quarta-feira (18/6), advertindo que qualquer forma de ajuda militar direta a Israel poderá provocar uma desestabilização radical de toda a região do Oriente Médio. A declaração ocorre em meio ao acirramento dos conflitos entre Israel e Irã, que já perduram por seis dias consecutivos.

Segundo a imprensa internacional, Ryabkov reforçou que Moscou está em contato com autoridades de ambos os lados do conflito e espera que Washington não intensifique ainda mais a situação ao fornecer assistência militar ao governo israelense. A posição russa surge em um momento de tensão máxima, com trocas de ataques entre Teerã e Tel Aviv e ameaças públicas de lideranças internacionais.
Ofensiva israelense e reação iraniana

Os ataques começaram após o que Israel classificou como uma “operação preventiva” para desmantelar o programa nuclear do Irã, que o governo de Benjamin Netanyahu alega ter fins não pacíficos. A ofensiva, batizada de Operação Leão Ascendente, teve como alvo principal instalações de produção de centrífugas para enriquecimento de urânio, inclusive na capital Teerã.

Como retaliação, o Irã lançou uma onda de drones e mísseis contra alvos israelenses. O premiê Netanyahu, em pronunciamento no sábado (14/6), afirmou que os ataques continuarão até que o Irã interrompa completamente suas atividades nucleares:

“Atacaremos todas as bases iranianas. A ameaça deve ser neutralizada.”

Tentativas de mediação

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou que seu país está disposto a atuar como mediador do conflito. Nesta quarta-feira, ele conversou por telefone com o presidente dos Emirados Árabes Unidos, Mohammed bin Zayed Al Nahyan, discutindo os riscos da escalada.

Segundo nota do Kremlin, ambos os líderes expressaram “profunda preocupação com a intensificação contínua do conflito”, reforçando a necessidade de “cessar as hostilidades” e de promover esforços políticos e diplomáticos para resolver as tensões em torno do programa nuclear iraniano.

Trump e novas ameaças

Enquanto a Rússia busca mediar, o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, adotou uma retórica de confronto. Após os ataques iranianos, Trump exigiu publicamente a “rendição incondicional” do Irã, ameaçando diretamente o líder supremo do país, aiatolá Ali Khamenei.

“Sabemos exatamente onde o chamado ‘Líder Supremo’ está escondido. Ele é um alvo fácil, mas está seguro — por enquanto”, escreveu Trump em sua rede Truth Social.

Em resposta, Khamenei afirmou que o Irã resistirá a qualquer tipo de imposição externa, seja militar ou diplomática:

“O Irã se manterá firme contra uma guerra imposta, assim como se manterá firme contra uma paz imposta.”

Seis dias de guerra e escalada militar

Nesta madrugada, Israel lançou novos ataques aéreos contra o Irã. O Exército israelense confirmou que mais de 50 aviões participaram das ofensivas, atingindo alvos estratégicos como:

  • Uma instalação de produção de centrífugas em Teerã;
  • Locais de fabricação de mísseis terra-terra;
  • Depósitos de matérias-primas e componentes para armamentos.

Do outro lado, o Irã promete “resposta firme e sem piedade”, de acordo com declaração do líder Khamenei publicada no X (antigo Twitter).

Enquanto o mundo observa com apreensão o conflito escalar, cresce a pressão internacional por um cessar-fogo imediato. Contudo, com ameaças mútuas, ataques coordenados e a crescente militarização das partes envolvidas, o cenário aponta para uma crise ainda sem horizonte de resolução

Com informações de Metrópoles

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