Cimento no setor de construção — Foto: Pixabay

Penna classifica como pequeno o crescimento de 1,4%, visto que a base de comparação considera as vendas registradas em 2023, época em que o setor retraiu 1,7% anualmente e comercializou 62 milhões de toneladas de cimento.

Se concretizada a previsão de crescimento para este ano, a ociosidade do setor cairá de 33,4% para 33%, acima dos níveis tradicionais próximos de 15%. Em volume, o aumento projetado significa uma adição de 900 mil toneladas ao resultado anual anterior (62,9 mt).

“Vamos recuperar menos de um terço do que efetivamente precisaríamos para nos manter nos níveis registrados em 2021 (64,7 mt). Houve o impacto das mudanças climáticas, além da frustração com o ciclo de queda da taxa de juros. Esperávamos encerrar o ano a uma taxa básica de 9%, e agora o mercado aponta para 10,5%, ou seja, temos um problema de competição com os ativos financeiros”, afirmou Penna.

Outro fator destacado pelo presidente da SNIC é a recente combinação entre a redução nos lançamentos imobiliários e aumento nas vendas de imóveis, o que resulta em níveis mais baixos de estoque para o setor de construção civil. O fenômeno sinaliza para uma tendência de enfraquecimento na demanda de cimento para o curto e médio prazo. “O quadro é preocupante para o setor”, acrescentou.

Sobre as chuvas no Rio Grande do Sul, Penna mencionou que o fenômeno climático provocou um forte impacto para o desempenho da Região Sul, mas o setor tem acompanhado uma forte recuperação, o que deve mitigar a influência negativa que os fenômenos climáticos extremos provocaram na região.

Considerando apenas o mês de junho, as vendas de cimento somaram 5,4 milhões de toneladas, o equivalente a um aumento de 2,1% na comparação com o mesmo mês do ano anterior. O despacho por dia útil em junho foi de 238,8 mil toneladas, representando alta de 4,6% na comparação anual.

A elevação do câmbio também foi apontada como uma preocupação para o setor, visto que o fenômeno tende a elevar os custos de produção de cimento. O coque de petróleo, principal matéria-prima utilizada na geração de energia para a produzir cimento, é sensível às oscilações na moeda.

Tendo em vista a pressão nos preços do coque de petróleo e os impactos ambientais do produto de origem fóssil, o setor tem fortalecido as iniciativas voltadas para o coprocessamento. A alternativa é melhor do ponto de vista ambiental e tinha 30% de participação na matriz energética do setor em 2022.

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