A sobrinha do delegado Oscar Cardoso, executado com mais de 20 tiros no dia 9 deste mês, Karina Cristina Pereira Nascimento, ainda foragida, é apontada pela polícia como a pessoa que indicou a localização de seu tio no dia do crime. “Karina é cunhada de “Piu-Piu”, o que mostra toda uma ligação criminosa”, disse o delegado George Gomes, na coletiva de imprensa na Delegacia Geral de Polícia Civil, onde foram apresentados o resumo da “Operação Hórus” com objetivo de combater ao crime organizado, homicídios e tráfico de drogas na capital.

Foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão e sete mandados de prisão temporária, expedidos pelo juiz Anésio Rocha Pinheiro, da 2ª Vara do Tribunal do Júri.

O empresário Arlindo Jorge Teles Macedo, 51, o dono da locadora de veículos Macedo Rent a Car, foi presa na sua residência no Residencial Ponta Negra, localizado na Coronel Teixeira, antiga estrada da Ponta Negra, Zona Oeste de Manaus.

O estagiário de direito Rodrigo Barbosa Maia, 22, genro de Arlindo, preso na casa dele, na rua Eduardo Ribeiro, bairro Chapada, Zona Centro-Sul; Alessandro Ramos Cardial, 23, preso na residência dele, na rua Herculano de Souza, bairro Amazonino Mendes, Zona Norte.

Além dos três, os policiais cumpriram um mandado de prisão temporária na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP) em nome de Luciano da Silva Barbosa, 24, filho do traficante “Zé Roberto da Compensa”. Ele foi preso em outubro de 2013 por porte ilegal de arma de fogo de uso restrito e aguarda julgamento no local.

No decorrer da operação dois homens foram presos em flagrante: Rosenildo Cordeiro Damasceno Júnior, 33, na rua 11 do bairro Alvorada 2, por armazenar filme contendo cenas de sexo ou pornográficas envolvendo crianças e adolescentes, em acordo com o Artigo 241-B do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA. O crime é passível de fiança, que foi estipulada no valor de R$ 750 em espécie.

Outro flagranteado é Diones da Silva Freitas, 26, preso na rua Santa Rita, no bairro Compensa, por envolvimento com tráfico de drogas (Artigo 33 da Lei nº 11.343/06). Ambos tinham mandados de busca e apreensão expedidos para as respectivas residências.

Morte de Oscar Cardoso

Durante a coletiva de imprensa realizada na tarde de hoje, na sede da Delegacia Geral, no bairro Dom Pedro, Zona Centro-Oeste, o Delegado Geral de Polícia Civil do Amazonas, Josué Rocha, explicou como iniciaram as diligências.

“A investigação que resultou na operação deflagrada hoje teve início logo após a morte do Delegado Oscar Cardoso Filho, ainda no domingo, dia 9 de março deste ano. A Polícia Civil começou imediatamente as buscas pelos autores do homicídio, que chocou a população e enlutou a categoria pela audácia dos infratores”, declarou.

Josué Rocha ressaltou ainda a abrangência da organização criminosa. “Essas pessoas presas hoje e outras que estamos atrás têm participação direta ou indireta na morte do Delegado Oscar Cardoso Filho. É um grupo organizado, que tem vários tentáculos não só em homicídios, mas também com tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e outros crimes”, frisou o Delegado Geral.

Mentor da execução

O delegado George Gomes destacou que houve divisão de função na participação de cada um no ato criminoso. “Há o mentor do crime, que sabemos ser João Pinto Carioca, conhecido como “João Branco”, cuja prisão temporária já foi decretada. Também temos a participação de Fábio Diego Matos de Oliveira, o “Piu-Piu”, como executor, além de outras duas pessoas que estão sendo procuradas e não terão os nomes revelados para não prejudicar as investigações”, argumentou.

George Gomes também confirmou a suspeita de participação da sobrinha de Oscar Filho, Karina Cristina Pereira Nascimento, no crime. Ela é apontada como a pessoa que indicou a localização do delegado de Polícia no dia do delito. “Karina é cunhada de “Piu-Piu”, o que mostra toda uma ligação criminosa”, completou.

João Branco, conseguiu fugir

De acordo com o delegado Paulo Martins da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), oito equipes da Polícia Civil foram deslocadas ao Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) para realizarem a prisão de João Pinto Carioca, conhecido como “João Branco”, que cumpre pena em regime semiaberto no presídio. Após contato com o diretor da unidade prisional, os Policiais Civis foram informados que o detento não se encontrava no local e, possivelmente, teria fugido.

Segundo Paulo Martins, “João Branco” continua cometendo crimes, pois usa como álibi o fato de estar cumprindo pena. “Ele sai do presídio o horário que ele quer e isso foi constatado hoje, ao perceberam a ausência dele na unidade prisional durante a revista. Ele sai, pratica diversos crimes e depois retorna usando como álibi a situação de detento”, enfatizou.

Foram apreendidos durante a ação inúmeros documentos, cheques bancários de alto valor, computadores, mídias digitais, máquinas fotográficas, dinheiro, drogas, joias, notebook e um carro.

Todos os presos seguem à disposição da polícia para a realização das oitivas. Ao término dos procedimentos, serão encaminhados ao sistema prisional, onde ficarão à disposição da Justiça. Apenas Rosenildo poderá responder o processo em liberdade após o pagamento da fiança arbitrada.

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