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Nesta terça-feira (1º/7), a Corte Constitucional da Tailândia suspendeu a primeira-ministra Paetongtarn Shinawatra, de 38 anos, após acusações de senadores conservadores de que ela violou os “padrões éticos” exigidos pela Constituição. A decisão foi tomada por sete votos a dois.

Enquanto a Corte analisa o caso, o vice-primeiro-ministro Suriya Jungrungreangkit assume o cargo interinamente. As deliberações podem se estender por semanas ou até meses.

Paetongtarn, herdeira da influente família Shinawatra, declarou:

“Quero reafirmar que sempre tive a intenção de agir pelo melhor para o meu país. Gostaria de pedir desculpas aos tailandeses que estão decepcionados.”

Contexto político

A família Shinawatra é protagonista da política tailandesa há mais de duas décadas e foi alvo de golpes militares, processos judiciais e dissoluções partidárias. Paetongtarn é a terceira Shinawatra a ocupar o cargo de primeira-ministra, depois de seu pai, Thaksin, e sua tia, Yingluck.

A atual crise ocorre em meio a tensões com aliados políticos e críticas a sua postura em temas sensíveis, como a relação com o Camboja. Uma conversa telefônica com o ex-premiê cambojano Hun Sen, divulgada sem sua autorização, gerou críticas sobre sua falta de firmeza.

A Corte já havia destituído, em 2024, o então premiê Srettha Thavisin com base no mesmo artigo da Constituição.

Julgamento de Thaksin por lesa-majestade

No mesmo dia, teve início o julgamento de Thaksin Shinawatra, acusado de lesa-majestade por declarações feitas em 2015 à imprensa sul-coreana. O ex-premiê de 75 anos nega as acusações. A lei tailandesa sobre lesa-majestade prevê penas de até 15 anos de prisão e é amplamente criticada por juristas e entidades de direitos humanos por seu uso político.

Grupos pró-Thaksin, conhecidos como “vermelhos”, foram ao tribunal manifestar apoio. Já a oposição, por meio do partido Move Forward, pediu a dissolução do Parlamento e novas eleições.

“Paetongtarn perdeu sua autoridade moral. Dissolver a Assembleia é a solução”, afirmou Rangsiman Rome, líder opositor.

Com informações de Metrópoles

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