Celso Silva /Governo do Estado SP.

Depois de um apagão que deixou milhares de pessoas sem energia por até seis dias, terminando nesta quinta-feira (17/10), a Defesa Civil estadual anunciou um pacote de medidas para evitar uma nova crise na região metropolitana de São Paulo diante da iminência de uma tempestade, que deve atingir a capital nesta sexta-feira (18/10).

As medidas incluem a instalação de um gabinete de crise no Palácio dos Bandeirantes, o deslocamento de agentes para a central de monitoramento da Enel, o posicionamento de geradores em locais críticos, como próximos a centrais de abastecimento de água da Sabesp e hospitais, e a disponibilização de cerca de 5.000 homens da Defesa Civil para agir em caso de emergências.

As medidas foram anunciadas pelo comandante da Defesa Civil Estadual, coronel Henguel Ricardo Pereira, após uma reunião entre o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), representantes da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp) e das empresas Enel, CPFL, EDP, Energisa e União Energia, as cinco operadoras de São Paulo.

Mea culpa

O comandante da Defesa Civil da gestão Tarcísio admitiu que, na semana passada, embora há um ano já fosse de conhecimento do poder público a ineficiência da Enel para manter a operação das redes de distribuição após tempestades, não havia atenção específica para o tema.

“O objetivo é a gente acompanhar passo a passo, a gente conseguir priorizar aonde é importante, realocar recurso para isso. No outro evento, não teve essa ação mais efetiva e contundente aqui no estado. Agora, nós temos”, disse o coronel Henguel.

A entrada dos agentes do Estado na central de monitoramento da Defesa Civil servirá para conferir se a Enel de fato está colocando tantos agentes em campo como ela diz colocar — o governo estadual e a Prefeitura vêm questionando esses números.

“A gente está cobrando maior efetividade da empresa. Quando eles dizem lá de 700 a 1.200 homens, equipes na rua, agora a gente vai enxergar isso. Quando eles falam que vão colocar cinco geradores de grande porte já posicionados em locais pré-determinados, para não impactar saúde e educação, a gente vai cobrar agora, porque a gente vai estar dentro do centro de operações com mais transparência daquilo que tem que ser disponibilizado para a população”, afirmou o coronel.

“Na última chuva, muitas vezes falavam ‘tem tantas equipes na rua’, só que a população lá na ponta da linha, muitas vezes sem energia, falava ‘não chegou ninguém aqui’. Agora, a gente vai acompanhar o deslocamento dos carros de manutenção para a gente saber realmente se aquela manutenção, aquele apoio está chegando de fato”, disse Henguel.

O comandante, contudo, não soube afirmar quais medidas práticas serão adotadas caso essa suspeita se comprove.

Os 5.000 agentes citados pelo coronel incluem homens das Defesas Civis estadual e municipal (da capital). O coronel afirmou que eles irão atuar em casos de urgência, mas não deixou claro se essas pessoas vão ajudar a Enel a religar as redes de energia em caso de danos que gerem novos apagões. Com informações de Mertrópoles.

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