O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) desencadeou na manhã desta segunda-feira (30), a Operação Pudonor que resultou na prisão de cinco policiais militares, quatro deles acusados de extorsão a pessoas comuns, empresários e comerciantes e um de obstrução à justiça.

Em entrevista coletiva o Ministério Público informou que foram cumpridos seis mandados de prisão, cinco deles contra três cabos, um sargento e um tenente da Polícia Militar, e o sexto contra um cidadão civil.

Os acusados são o tenente Lourenço da Silva Souza; e os cabos Davi Sales Moreira, Jesse Souza Vieira, Sebastião Vieira Silva, C. Henrique. Estes foram presos pelo crime de extorsão, e o sargento Evandro Ribeiro, preso por obstrução à justiça.

O MP informou que para não atrapalhar as investigações que ainda estão em andamento, não seriam oferecidos detalhes sobre o caso, tipo nomes, endereços, forma de atuação, datas, locais de investigação.

O promotor da Vara de Auditoria Militar e coordenador do Centro de Apoio das Promotorias de Justiça Criminais (CAO Crime), Igor Starling Peixoto, conduziu as investigações disse que policiais militares e o civil abordavam pessoas, comerciantes, empresários e “plantavam” ou descobriam algum tipo de crime ou irregularidade cometida por elas e começavam a chantagear as vítimas.

De acordo com o promotor há provas de recebimento de dinheiro por parte dos policiais. “Temos materialidade suficiente. Houve a concretização do crime com sucesso na retirada de valores das vítimas”, revelou, informando que os policiais militares usavam os equipamentos da Secretaria de Segurança do Estado, viaturas, combustíveis, armas para concretizar a extorsão e atuavam também durante o horário de trabalho.

“É algo extremamente grave. Envolve uma grave ameaça, violência, contra pessoas. Utilizando também empresários locais eventualmente. É onde a gente quer chegar. O quantitativo de vítimas e quem são as vítimas não podemos dizer”, disse um dos promotores do Gaeco Igor Peixoto.

Segundo o MP, foram expedidos seis mandados de prisão e mais seis de busca e apreensão pela Justiça do Amazonas.

Durante a operação foram apreendidos armas ilegais, balaclaves, carros e foi identificado e estourado o local para onde levados os criminosos sequestrados.

O nome da operação, Pundonor, significa matéria ou ponto de honra, aquilo de que não se pode abrir mão, sob a ameaça de ser ou sentir-se desonrado; sentimento da própria honra, do próprio valor; amor-próprio, brio, altivez.

Nota da PM

A Polícia Militar do Amazonas (PMAM) informa que está acompanhando o desdobramento das investigações do Ministério Público do Estado (MPE) em relação à operação Pudonor, deflagrada nesta segunda-feira (30/05) pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) com apoio da Promotoria da Auditoria Militar.

A PMAM ressalta que não compactua com eventuais desvios de conduta praticados por seus agentes. Reitera ainda que está à disposição dos órgãos de fiscalização para auxiliar no andamento das investigações.

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