Yuri Gripas for The Washington Post via Getty Images

A tensão entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o bilionário sul-africano Elon Musk, ganhou novos contornos nesta terça-feira (1º/7). Em uma coletiva na Flórida, ao ser questionado por jornalistas sobre a possibilidade de deportar o ex-aliado, Trump afirmou que o governo deverá “dar uma olhada nisso”, em tom de ameaça.

A fala ocorreu antes da visita do presidente a um centro de detenção de imigrantes nos Everglades. A provocação não passou despercebida por Musk, que usou sua própria rede social, o X (antigo Twitter), para responder, sem escalar diretamente o conflito:

“É tão tentador escalar isso. Tão, tão tentador. Mas, por enquanto, vou me conter”, publicou o bilionário.

Vestindo um boné vermelho com os dizeres “Golfo da América”, Trump também ironizou sobre colocar o Departamento de Eficiência Governamental (Doge) — órgão que Musk chefiou até maio — para investigar os incentivos federais recebidos por empresas do empresário, como a Tesla e a SpaceX.

“Doge é o monstro que pode ter de voltar e comer Elon. Isso não seria horrível?”, disse o presidente em tom sarcástico.

Segundo Trump, Musk estaria “chateado” por conta da redução de subsídios para veículos elétricos, medida central em seu plano de campanha para reduzir gastos públicos. “Ele pode perder muito mais. Isso eu posso afirmar: Elon pode perder muito mais do que isso”, ameaçou o presidente.

Do apoio à ruptura

A relação entre Trump e Musk já foi marcada por proximidade e elogios mútuos. O empresário chegou a investir quase US$ 300 milhões em campanhas republicanas e teve papel de destaque na mobilização de eleitores pelas redes sociais.

O rompimento, no entanto, teve início no começo de junho, quando Musk criticou abertamente uma proposta orçamentária do governo que previa aumento de gastos e incentivos fiscais a setores estratégicos. Para Musk, o texto ia na contramão da política de austeridade que ele defendia à frente do Doge.

Em resposta, Trump afirmou que estava “decepcionado” com o empresário e sugeriu que a relação entre os dois “talvez não fosse mais a mesma”. Alegou, ainda, que Musk havia sido informado previamente sobre os termos da proposta, insinuando que a crítica teria motivações pessoais.

O CEO da Tesla negou qualquer consulta prévia e acusou o presidente de ingratidão:

“Sem mim, teria perdido a eleição”, escreveu Musk, em referência ao apoio financeiro e político dado à campanha republicana.

A troca de acusações seguiu. Trump ameaçou cortar contratos públicos com as empresas do bilionário, incluindo os firmados com a NASA e o Departamento de Defesa. Musk, por sua vez, respondeu com provocações, sugerindo que apoiaria um processo de impeachment contra o presidente e chegou a fazer alusão ao escândalo envolvendo Jeffrey Epstein, antigo conhecido de Trump.

Com informações de Metrópoles

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