
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, utilizou sua rede social Truth Social, nesta segunda-feira (23/6), para celebrar os ataques conduzidos por forças norte-americanas contra três instalações nucleares do Irã, realizados na noite de sábado (21/6). Em tom de comemoração, Trump destacou a precisão dos bombardeios e o impacto das ações militares.
“Danos monumentais foram causados a todas as instalações nucleares do Irã, como mostram imagens de satélite. Obliteração é um termo preciso”, escreveu o presidente. Segundo ele, os maiores danos ocorreram bem abaixo do solo, onde parte das instalações estavam protegidas. “Na mosca”, acrescentou.
Detalhes do ataque
Os Estados Unidos confirmaram o bombardeio de três instalações nucleares iranianas: Fordow, Natanz e Esfahan. A ação militar ocorreu em meio à crescente tensão entre Irã e Israel, após ataques israelenses a centros de pesquisa nuclear e posições militares iranianas na capital Teerã, em 13 de junho.
Segundo o governo norte-americano, o bombardeio buscou impedir o avanço do programa nuclear iraniano, e foi realizado com o apoio de aeronaves B-2 Spirit, enviadas à base aérea norte-americana em Guam. Esses aviões são conhecidos por sua capacidade furtiva e por transportar a bomba penetradora GBU-57, projetada para destruir bunkers subterrâneos. O artefato pode perfurar até 61 metros de rocha ou 18 metros de concreto antes da detonação.
Resposta do Irã
O governo iraniano confirmou o ataque e informou que nenhum material nuclear estava presente nas instalações no momento da ofensiva, pois o urânio teria sido retirado previamente. Ainda assim, a ação elevou significativamente a tensão na região e aumentou o temor de uma escalada militar generalizada.
As instalações atingidas são consideradas estratégicas:
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Fordow: estrutura subterrânea fortemente protegida, com capacidade estimada para operar 3 mil centrífugas, segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
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Natanz: centro-chave do programa de enriquecimento de urânio do Irã.
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Esfahan: local com histórico de desenvolvimento de tecnologia nuclear.
Contexto da escalada
Os bombardeios norte-americanos ocorreram após uma série de confrontos entre Irã e Israel. Os ataques iniciais, realizados por Israel no início de junho, miraram a infraestrutura nuclear e alvos militares estratégicos em Teerã. Como retaliação, o Irã lançou drones e mísseis contra o território israelense, desencadeando uma onda de hostilidades.
A ofensiva dos EUA é vista como alinhamento estratégico com Israel, mas também como uma demonstração de força diante da possibilidade de o Irã avançar em direção à construção de armamentos nucleares.
Tensão internacional
A ação reacendeu o debate sobre os limites da intervenção militar preventiva e provocou reações de diversos países. A Rússia, por meio de seu vice-ministro das Relações Exteriores, alertou que a ajuda militar direta dos EUA a Israel poderia “desestabilizar radicalmente” o Oriente Médio.
Enquanto isso, líderes iranianos prometeram resposta firme e alertaram para as “consequências irreparáveis” de qualquer nova ação militar.
A situação permanece instável, com risco elevado de novas ofensivas e uma possível ampliação do conflito no Oriente Médio.
Com informações de Metrópoles