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O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump solicitou nesta quarta-feira (4) que o conselheiro jurídico da Casa Branca investigue se membros da equipe do ex-presidente Joe Biden encobriram um suposto declínio cognitivo durante seu mandato e se utilizaram, de forma irregular, uma “caneta automática” para assinar documentos oficiais em nome de Biden.

Segundo Trump, o uso do mecanismo para validar memorandos, decretos e concessões de clemência pode levantar dúvidas sobre a legitimidade dos atos administrativos do democrata durante seus quatro anos na Presidência. A prática, no entanto, é legalmente aceita em determinadas circunstâncias após autorização expressa do presidente.

Em comunicado divulgado no fim do dia, Biden rebateu as alegações.

“Fui eu quem tomou as decisões durante minha Presidência. Fui responsável por todos os perdões, decretos e legislações assinadas. Qualquer sugestão em contrário é absurda e falsa”, afirmou o ex-presidente.

A equipe de Biden também reforçou que o uso de canetas automáticas é um procedimento previsto e regulamentado, sem qualquer indício de irregularidade.

Saúde em debate

A investida de Trump ocorre em meio à recente revelação de que Biden, hoje com 82 anos, foi diagnosticado com uma forma agressiva de câncer de próstata, além da publicação de um livro que levanta dúvidas entre membros do Partido Democrata sobre sua acuidade mental durante o período em que buscava a reeleição.

Biden, que optou por não concorrer à Presidência em 2024 após um debate considerado desastroso contra Trump, foi sucedido como candidato democrata pela ex-vice-presidente Kamala Harris. Nas eleições de novembro, Harris foi derrotada por Trump, que retornará à Casa Branca após vencer o pleito.

Durante sua gestão, a equipe de Biden negou que ele tivesse qualquer comprometimento mental, embora tenha reconhecido os impactos naturais da idade. Trump, por outro lado, tem insistido desde o início de seu mandato que Biden não estaria apto a exercer plenamente as funções de chefe de Estado.

Disputa política em ano eleitoral

A mais recente acusação de Trump ocorre em um momento politicamente sensível, com o Congresso debatendo a extensão dos cortes de impostos voltados aos mais ricos — uma pauta defendida pelos republicanos e criticada por Biden.

O democrata afirmou que as suspeitas levantadas por Trump servem como distração para desviar o foco da opinião pública.

“Essa é mais uma tentativa de confundir os norte-americanos e esconder os reais interesses por trás da nova proposta legislativa”, afirmou Biden.

A polêmica deve ganhar novos desdobramentos nos próximos dias, à medida que o clima eleitoral nos EUA continua a se intensificar.

Com informações de IstoÉ

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