O tumor na próstata será o segundo tipo de câncer que mais atingirá a população do Amazonas, segundo a ‘Estimativa 2014’ publicada pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca) no início deste mês. Com a estimativa de 510 novos casos, sendo 310 somente em Manaus, ou taxa de 27% para cada grupo de 100 mil habitantes no Estado, esse tipo de câncer é também o de maior incidência entre homens com mais de 50 anos.

Mesmo comum, de acordo com dados do Inca, pesquisas apontam sobrevida de 80% dos pacientes diagnosticados. E um dos aliados para isso é o exame anual de próstata, segundo alerta o médico urologista Anoar Samad, membro-fundador da Sociedade Brasileira de Urologia no Amazonas (SBU).

O procedimento, ainda considerado ‘tabu’ entre grande parte dos homens, consiste no toque retal e no exame de sangue conhecido como PSA, quando é possível identificar qualquer alteração na próstata, uma glândula que só o homem possui e está localizada bem abaixo do abdômen, em uma região chamada períneo, entre o ânus e a bolsa escrotal. “O exame de próstata é indicado para homens a partir de 40 anos. Fazendo o primeiro exame e dependendo dos resultados, o médico irá decidir se o paciente deve fazer anualmente ou em períodos mais longos até os 50, quando o exame deve ser feito, todo ano”, afirmou.

Fazendo os exames regulamente, o homem tem mais chance de ter um diagnóstico precoce da doença e melhores chances de tratamento. “O tumor de próstata demora em média até dois anos para duplicar de tamanho, fator que torna a prevenção contra esse tipo de câncer fundamental para salvar vidas, principalmente, para homens a partir dos 50 anos”, afirmou Anoar Samad.

Ele ressalta ainda que, mesmo os tumores mais agressivos, tem, de forma geral, uma lenta evolução. “O homem que está com câncer de próstata em estágio inicial, não sente nada. Por isso a importância do exame anual, porque permite que o câncer seja diagnosticado ainda no seu estágio inicial, com boas chances de tratamento e cura”, afirmou Anoar.

O médico destaca a necessidade de campanhas de conscientização para alertar os homens a respeito da prevenção ao câncer. “Há dez anos, o percentual de homens que faziam o Exame de Próstata não chegava a 10%. Essa realidade já mudou bastante, alcançando 50% dos homens na faixa etária recomendada. Quando mais falarmos a respeito, mais vidas estaremos alcançando”, disse.

Segundo Anoar Samad, quando o câncer de próstata é diagnosticado e tratado no início, os riscos de mortalidade são reduzidos, tendo chance de cura para até 90% dos casos. “No entanto, essa porcentagem cai para 35% se o tumor é identificado mais tarde, quando já saiu da próstata”, destacou.

Câncer de colo de útero será o tipo mais comum em 2014

A estimativa 2014, divulgada pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), aponta 4.830 novos diagnósticos no Estado, 130 a menos que a publicação anterior, lançada em 2012. O câncer de colo de útero é o tipo mais comum entre as mulheres e no total de casos da doença.

No ranking nacional, o Amazonas figura em 22º lugar em número de casos por taxa bruta de incidência, com 267,16 diagnósticos para cada 100 mil habitantes, a maioria (143,56), entre as mulheres. No Brasil, o câncer de pele do tipo não melanoma (182 mil casos novos) será o mais incidente na população brasileira, seguido pelos tumores de próstata (69 mil), mama feminina (57 mil), cólon e reto (33 mil), pulmão (27 mil), estômago (20 mil) e colo do útero (15 mil).

Ao longo de 2014, em campanha oficial, o Instituto abordará mitos em relação ao câncer, mostrando histórias de pacientes que enfrentaram a doença. Um dos mitos será: “Câncer? Nem quero falar disso!”. De acordo com o Inca, embora o câncer possa ser um tema difícil de tratar, falar abertamente sobre a doença pode trazer melhores resultados em nível individual, coletivo ou político.

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