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A Ucrânia anunciou nesta terça-feira (26/11) ter sido alvo durante a noite de um ataque russo com uma quantidade recorde de 188 drones. De acordo com Kiev, os projéteis danificaram imóveis residenciais e infraestruturas essenciais do país. O Exército russo progride no nordeste da Ucrânia, onde reivindicou a tomada de uma cidade perto de Kharkiv.

“Graças a ações decisivas, unidades militares libertaram o vilarejo de Kopanky, na região de Kharkiv”, no nordeste da Ucrânia, comunicou o ministério da Defesa russo, nesta terça-feira. A localidade fica em uma área que havia sido ocupada pelos russos no início do conflito, mas que Kiev havia conseguido recapturar, no outono de 2022.

Na segunda-feira (25/11), mísseis russos danificaram prédios residenciais em Kharkiv. Moscou tem realizando ataques noturnos nessa região usando mísseis, bem como drones “suicidas” produzidos a baixo custo e drones “chamarizes”, que bloqueiam as defesas aéreas ucranianas.

Minas terrestres

No momento em que precisa de armamento e de munição para continuar as suas ações de defesa contra o Exército russo, a Ucrânia informou que não será capaz de respeitar o compromisso de destruir quase 6 milhões de minas antipessoais da era soviética, fabricadas no âmbito da Convenção de Ottawa, afirmou um funcionário do Ministério da Defesa nesta terça-feira.

Em uma cúpula internacional sobre minas terrestres em Siem Reap, no Camboja, Yevhenii Kivshyk disse que, “infelizmente, a implementação desta obrigação não é possível neste momento”.

Assinada em 1997, a Convenção de Proibição de Minas defende a eliminação do uso de minas antipessoais (APL, na sigla em inglês). Até agosto de 2022, 164 países haviam ratificado ou aderido ao tratado, porém as grandes potências globais, que também são fabricantes de minas terrestres, não fazem parte.

Há uma semana, Washington anunciou o envio de minas para a Ucrânia para impedir os avanços russos.

Os que defendem o fim do uso desse tipo de armamento buscam pôr fim ao sofrimento e às mortes causadas por minas antipessoais, que matam ou mutilam centenas de pessoas, na sua maioria cidadãos inocentes e indefesos, dificultam o desenvolvimento econômico e a reconstrução das cidades, inibindo também a repatriação de refugiados e de pessoas deslocadas internamente.

De acordo com o relatório anual do Monitor de Minas Terrestres, publicado há cerca de uma semana, as minas e os resíduos explosivos de guerra mataram ou feriram pelo menos 5.757 pessoas no ano passado, em comparação a 4.710 vítimas em 2022. Cerca de 84% delas, de cinquenta países diferentes, eram civis.

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