
Pesquisadores da Universidade Federal do ABC (UFABC) desenvolveram um composto químico que demonstra grande potencial para o tratamento do Alzheimer, oferecendo a perspectiva de novas terapias de baixo custo. O estudo, publicado na revista ACS Chemical Neuroscience, já obteve resultados promissores em simulações por computador, testes em células e experimentos com animais.
Como Funciona a Nova Terapia
A substância desenvolvida atua degradando as placas de beta-amiloide no cérebro, que são depósitos que se acumulam entre os neurônios, causando inflamação e prejudicando a comunicação cerebral. A inovação reside no fato de o composto funcionar como um “quelante de cobre”, ligando-se ao excesso desse metal nas placas e facilitando sua degradação.
Em testes com camundongos que tinham Alzheimer induzido, uma das moléculas testadas não só diminuiu a perda de memória, a dificuldade de orientação espacial e os déficits de aprendizagem, mas também reduziu a neuroinflamação e o estresse oxidativo no hipocampo (região da memória), além de restaurar o equilíbrio de cobre. A substância se mostrou segura e capaz de atravessar a barreira hematoencefálica, que protege o cérebro.
Próximos Passos e Impacto
A professora Giselle Cerchiaro, coordenadora do estudo, destacou que a molécula é “extremamente simples, segura e eficaz, com custo baixíssimo em comparação com os medicamentos disponíveis”. Mesmo que beneficie parte da população, já representaria um avanço significativo.
O Alzheimer é a forma mais comum de demência em idosos, afetando a memória e funções cognitivas. Os pesquisadores agora buscam a patente do composto e parcerias com empresas farmacêuticas para iniciar os testes clínicos em humanos, um passo crucial para avaliar a segurança e eficácia em pessoas.
Com informações de Metrópoles










