
Com o avanço da tecnologia e a rotina cada vez mais conectada, cresce também a incidência da síndrome do olho seco, condição que vai muito além de um simples incômodo ocular. De acordo com especialistas, o problema tem se tornado uma das queixas mais comuns nos consultórios oftalmológicos, impulsionado principalmente pelo uso prolongado de celulares, computadores e a exposição contínua a ambientes com ar-condicionado.
A oftalmologista Wanessa Carneiro, especialista em cirurgia refrativa, alerta que o olho seco é uma doença crônica e multifatorial, caracterizada pela deficiência na produção ou na qualidade das lágrimas. “O paciente começa a sentir ardência, vermelhidão, sensação de areia nos olhos e visão embaçada. São sintomas que pioram ao longo do dia, especialmente com o uso contínuo de telas digitais”, explica.
Qualidade de vida prejudicada e riscos à visão
Embora muitos ainda vejam o problema como algo pontual, a síndrome do olho seco pode impactar diretamente a qualidade de vida. “Se não for tratada corretamente, a doença pode evoluir para complicações sérias, como lesões na córnea, infecções frequentes e até perda parcial da visão”, alerta Dra. Wanessa.
Entre os principais fatores de risco estão o envelhecimento, alterações hormonais, doenças autoimunes — como a síndrome de Sjögren —, além da presença de alergias ou blefarite (inflamação nas pálpebras).
Cuidados simples podem evitar agravamento
Segundo a médica, o tratamento deve ser sempre personalizado, conforme o grau de severidade da doença. Em quadros leves, mudanças simples de comportamento já trazem benefícios. “Evitar ar-condicionado sempre que possível, manter boa hidratação, piscar com mais frequência e fazer pausas ao usar telas são atitudes eficazes”, destaca.
Em casos moderados ou graves, podem ser indicados colírios específicos, higiene das pálpebras com produtos apropriados, compressas mornas e até procedimentos como a oclusão dos canais lacrimais — medida que impede o escoamento precoce da lágrima e melhora a lubrificação ocular.
Diagnóstico precoce é fundamental
Dra. Wanessa Carneiro reforça que qualquer desconforto ocular persistente deve ser avaliado por um oftalmologista. “O olho seco é uma doença que pode ser controlada, mas precisa de atenção contínua. Ignorar os sinais pode comprometer a saúde ocular a longo prazo”, finaliza.
Com informações de Alto Astral