São Paulo — A Polícia Militar (PM) investiga a conduta de agentes da corporação envolvidos em um episódio de agressão a clientes de uma adega em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, ocorrido no último domingo (15/9). Todos os policiais foram afastados das ruas.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), a PM foi chamada ao local após atender uma ocorrência de perturbação e disparo de arma de fogo em via pública. No local, que fica na periferia de Ribeirão Preto, ocorria um baile funk.
“Durante a intervenção, as equipes foram hostilizadas por populares e agredidas com rojões e bombas por dois homens, que se refugiaram em um estabelecimento comercial após os disparos”, informou a SSP em nota.
Os dois homens que utilizaram bombas foram detidos e encaminhados à Central de Polícia Judiciária, segundo a polícia.
Durante a ocorrência, a PM entrou na adega após arrombar o portão do estabelecimento. Imagens de câmeras de segurança flagraram os PMs agredindo homens e mulheres que estavam no local. Um cliente chega a ser agredido com 17 golpes de cassetete.
“Cenas de terror”
As imagens mostram gritos de desespero dentro da adega em meio a ameaças e agressões. Ao programa Fantástico, da TV Globo, o filho do dono da adega falou sobre o episódio de violência. “Não ofereci nenhum tipo de reação. Todo momento com a mão na cabeça. Cenas de terror de pessoas que a gente imaginava que deveriam ser nossos heróis”, disse o rapaz, que pediu para não ser identificado.
O dono da adega contou que foi muito agredido em um cômodo onde não há monitoramento por câmeras. “O policial começa a me bater, me bater. E eu só seguro o meu filho [de 6 anos] para o PM não acertar ele. A minha filha [de 13 anos] desmaiou”, contou o dono da adega.
De acordo com a SSP, ao tomar conhecimento das imagens, “a Polícia Militar determinou a imediata a investigação dos fatos e remanejou os agentes envolvidos para funções administrativas”. “A instituição não tolera excessos ou desvios de conduta, punindo com rigor toda e qualquer irregularidade comprovada”, disse a pasta.
A secretaria disse, ainda, que na adega foram apreendidas cinco máquinas caça-níqueis, cartões de memória e mais de R$ 600 em espécie. O caso foi registrado como resistência e contravenção penal (jogos de azar). Foram solicitados exames periciais, incluindo corpo de delito, a todos os envolvidos. Com Metrópoles.