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Os Estados Unidos iniciaram, a partir deste domingo (26/10), exercícios militares em Trinidad e Tobago, país vizinho da Venezuela, com a mobilização de navios de guerra e fuzileiros navais. A ação visa intensificar a pressão sobre o chefe de Estado venezuelano, Nicolás Maduro, a quem o presidente americano, Donald Trump, acusa de associação com o narcotráfico na região.

De acordo com um comunicado do governo de Trinidad e Tobago, o navio USS Gravely estará em seu território entre 26 e 30 de outubro. A presença militar americana é justificada pela “segurança regional”, “esforços de cooperação no Caribe” e “cooperação militar” entre Washington e Port of Spain. A primeira-ministra de Trinidad e Tobago, Kamla Persad-Bissessar, alinhou-se a Trump, adotando um discurso semelhante contra a imigração e a criminalidade venezuelana em seu país. Os exercícios também contarão com a participação da 22ª Unidade Expedicionária dos Fuzileiros Navais dos EUA, em treinamento conjunto com as forças locais.

Demonstrações de Força e Retórica de Trump: Na quinta-feira (23/10), um bombardeiro americano B-1B sobrevoou o mar do Caribe, próximo à Venezuela, somando-se à recente mobilização de sete navios de guerra no Caribe e um no Golfo do México. Os EUA reivindicaram nove ataques nas últimas semanas, que resultaram em pelo menos 37 mortes.

Donald Trump tem justificado a operação como uma ação contra o narcotráfico, alegando o envolvimento de Maduro com cartéis. Em um evento na Casa Branca, Trump expressou o descontentamento com a Venezuela por “várias razões”, inclusive a acusação de que o país “esvaziou suas prisões em nosso país”. Ele também indicou que não “vai necessariamente pedir a aprovação de uma declaração de guerra” ao Congresso para uma possível intervenção.

Reação de Maduro: Nicolás Maduro, que tenta há semanas reduzir as tensões com Trump, respondeu às provocações de forma irônica em inglês: “Yes, peace, yes, peace forever! No crazy war”. Em um tom mais sério, Maduro, que tem organizado exercícios militares desde agosto, declarou que testou equipamentos comprados da Rússia e da China, agradecendo aos presidentes Vladimir Putin e ao governo chinês.

Maduro classificou a “guerra contra o tráfico” como um “pretexto” de Washington para “impor uma mudança de regime” e tomar as reservas de petróleo da Venezuela. O ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino, afirmou nesta quinta-feira que qualquer operação da CIA contra o país estaria “fadada ao fracasso”, destacando a presença da agência em solo venezuelano e garantindo que “toda tentativa vai fracassar”.

Com informações de Metrópoles

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