A experiência da Educação Integral, implantada na Escola Municipal Waldir Garcia, localizada no bairro São Geraldo, zona Centro-Sul, é uma das histórias que podem ser conferidas no livro “O Ser e o Agir Transformador – Para Mudar a Conversa sobre Educação. Lançado na manhã da última quarta-feira (1), no auditório da Casa das Ciências do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa), o livro conta as experiências das 15 primeiras Escolas Transformadoras do País e foi desenvolvido pelo o Instituto Ashoka, organização internacional sem fins lucrativos, que está no Brasil desde 1987, representado pelo Instituto Alana.  

A publicação foi elaborada a partir das experiências das Escolas Transformadoras no Brasil que, atualmente, contam com mais três unidades de ensino, totalizando 18. As escolas foram escolhidas pelo Instituto Ashoka, sendo a Waldir Garcia, a única do Norte do país e que desde 2016 oferece Educação Integral aos seus 200 alunos.

Participaram do evento a secretária de educação, Kátia Schweickardt, a subsecretária de Gestão Educacional da Semed, Euzeni Trajano, a gestora da escola, Lúcia Cortez, a chefe da Divisão Distrital Zonal (DDZ) Sul, Jecicleide Nascimento, além do diretor de Educação da Ashoka na América Latina, Flávio Bassi, da assessora pedagógica do Instituto Alana e Ashoka e da coordenadora do programa nas escolas do Brasil, Raquel Frazim.

Também estiveram presentes professores e alunos do 2º e 5º ano do Ensino Fundamental da escola, que fizeram uma apresentação folclórica do “Boi Gracioso”. Além do lançamento da publicação, também foi realizada uma mesa redonda sobre o tema.

Para a secretária de Educação Kátia Schweickardt, a experiência da Educação Integral na rede municipal tem sido de fato transformadora, principalmente por trabalhar competências fundamentais e possibilitar que as crianças se tornem protagonistas do processo de ensino, desenvolvendo senso crítico, noção de mundo e conceitos como cidadania e solidariedade.

“A Educação Integral, que muitos confundem com a Educação em Tempo Integral e não necessariamente é assim, trabalha a formação da pessoa de forma integral, com o envolvimento da família, da comunidade, na qual o próprio aluno ajuda a produzir o currículo, respeitando os conteúdos básicos, envolvendo a formação de cidadania e não apenas fazer com que a criança fique o dia todo na escola”, explicou.

Conforme as explicações da gestora da unidade, Lúcia Cortez, são trabalhadas duas grades curriculares, a comum com todas as disciplinas estabelecidas pelo Ministério da Educação (MEC) e a diversificada, desenvolvida dentro do conceito da Educação Integral. “Os alunos ficam, diariamente, 9 horas dentro da escola. Participando de grupos de estudos com discussões, trabalhando as duas grades curriculares, colocando sempre o aluno como protagonista, que é característica da Escola Transformadora”, pontuou.

Rafael da Silva Moraes, 10, do 5º ano é um desses alunos protagonistas e diz que passar mais tempo na escola melhorou não apenas as suas notas, mas também o comportamento fora da unidade. Segundo ele, no futuro os seus planos são de se tornar professor. “É muito bom ficar na escola o dia todo, a gente consegue estudar vários assuntos, fazemos teatro, dança, jogos, pinturas, debates, pesquisas e eu já sei que no futuro quero ser professor de dança e teatro e para isso eu preciso estudar bastante”, comentou.

Para Raquel Frazim, assessora dos Institutos Alana e Ashoka e responsável pela seleção das Escolas Transformadoras ao longo de quatro capítulos, o leitor é provocado a refletir, a partir das entrevistas, depoimentos, artigos e histórias, sobre o papel da educação frente aos desafios sociais, econômicos, políticos, culturais e quais percursos essas escolas encontraram para superá-los e o que impactaram em seus territórios, comunidades e na educação do país.

“Uma Escola Transformadora acredita que todo estudante e educador são sujeitos de transformação e isso aconteceu na Escola Waldir Garcia. O livro é uma celebração de histórias de escolas de todo Brasil, que anunciam essa transformação na educação e na sociedade”, observou.

 

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