Agência Brasil – O assessor de segurança nacional do governo dos Estados Unidos, John Bolton, se reuniu nesta quarta-feira com o embaixador da Turquia em Washington, Serdar Kilic, para discutir as tensões entre os dois países.
“A pedido do embaixador turco, John Bolton se reuniu hoje com o embaixador Serdar Kilic, da Turquia, na Casa Branca. Eles discutiram a prisão na Turquia do pastor Andrew Brunson e o estado das relações entre os Estados Unidos e o país”, indicou em breve comunicado a porta-voz do governo americano, Sarah Sanders.
Os EUA exigem da Turquia a libertação de Brunson, preso no país há dois anos sob acusações de terrorismo. E, nas últimas semanas, o governo americano impôs sanções e bloqueou ativos de dois ministros turcos, além de duplicar as tarifas sobre o aço e alumínio importados do país.
A decisão ampliou a desconfiança dos investidores sobre a economia turca, acelerando a desvalorização da lira, a moeda local, que caiu mais de 25% em relação ao dólar desde o início do mês.
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, alertou que não hesitará em responder se o governo americano seguir neste caminho.
Mais cedo, o ministro de Relações Exteriores da Turquia, Mevlüt Çavusoglu, declarou que o país fez o “suficiente” para tentar superar as tensões com o governo de Donald Trump.
“Estamos abertos à diplomacia e ao consenso, mas aceitar imposições está fora de discussão”, disse Çavusoglu.
O chanceler também falou sobre outro ponto de discórdia entre os dois países – o apoio da Casa Branca às milícias curdas na Síria. A Turquia considera os grupos organizações terroristas.
“Quanto aos assuntos que concernem à segurança do nosso país, os EUA tomaram uma posição que está longe de ser construtiva”, disse.
Outro desentendimento é a recusa da Turquia em deixar de fazer comércio com o Irã, o que contraria a política americana de isolar o país por meio de sanções econômicas.