Milhares de pessoas ocuparam as ruas de Hong Kong neste domingo (9) em protesto contra uma proposta de lei de extradição que permite que suspeitos sejam enviados à China para serem julgados.

Foi a maior manifestação na região em 15 anos, desde 2013, quando uma manifestação semelhante fez o governo local adiar planos de endurecer leis de segurança nacional.

As mudanças simplificariam os processos de extradições de suspeitos procurados para China, Macau e Taiwan. Mas é a probabilidade de que essas pessoas sejam mandadas para a China que assusta a população de Hong Kong. 

Antiga colônia britânica, Hong Kong foi devolvida à China em 1997 sob garantias de autonomia e liberdades, incluindo um sistema legal próprio. 

Críticos da proposta dizem que questionam profundamente a equidade e transparência do sistema de Justiça chinês e demonstram preocupação com a possibilidade de que forças de segurança inventem acusações.

Governos estrangeiros alertaram para os impactos na reputação de Hong Kong como um centro financeiro internacional, notando que estrangeiros procurados pela China poderiam ser enredados no território.

A oposição ao plano reuniu diversos setores da comunidade local, como pessoas do mundo dos negócios, advogados, estudantes, personalidades pró-democracia e grupos religiosos.

Grupos de defesa dos direitos humanos também se manifestaram expressando preocupação com o uso de tortura, detenções arbitrárias e confissões forçadas.

Representantes do governo defenderam os planos, dizendo que as leis possuem garantias adequadas e que ninguém será extraditado se estiver enfrentando perseguição política e religiosa.

Os protestos deste domingo estão planejados para acontecer em 25 cidades do mundo, incluindo Londres, Sydney, Nova York e Chicago.

(ESTADÃO)

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