Veja – Os protestos contra o governador porto-riquenho, Ricardo Rosselló, chegaram ao quinto dia consecutivo na noite de quarta-feira, 17. Convocados por artistas que foram ridicularizados em conversas privadas no Telegram, divulgadas pela imprensa local, as manifestações pelas ruas da capital, San Juan, acabaram em confronto com a polícia.

Artistas como Benício Del Toro e Ricky Martin marcaram presença no protesto e animavam os manifestantes diante do Congresso de San Juan aos gritos de “Ricardo, renuncia!” quando um grupo de pessoas invadiu o perímetro de segurança e atirou pedras e coquetéis molotov contra os agentes da polícia.

“Tivemos que usar gás lacrimogêneo para dispersar as pessoas que se manifestavam de forma violenta”, declarou o porta-voz da polícia, Axel Valencia. “Há cinco pessoas presas.”

Os protestos ocorrem há cinco dias consecutivos, desde a divulgação de conversas privadas entre o governador Ricardo Rosselló e seu círculo próximo de aliados políticos, no último sábado. Nelas, Rosselló e outras 12 pessoas criticavam políticos e jornalistas e usaram memes e insultos de teor sexual, segundo o Centro de Jornalismo Investigativo (CJI) de Porto Rico, em trechos publicados no jornal El Nuevo Día.

Ricky Martin, alvo de várias ofensas, afirmou que essas declarações “são completamente repudiáveis e denotam o caráter e a personalidade intolerante, arrogante, prepotente, homofóbica, machista e violenta de cada um” dos participantes do chat.

“Não podemos permitir que Porto Rico fique na mão de tais líderes”, afirmou o cantor, em uma série mensagens divulgadas no Twitter logo após a publicação das conversas.

O presidente americano Donald Trump, classificou a administração da ilha, que é um protetorado americano, como “corrupta”. “Muitas coisas ruins estão acontecendo em Porto Rico. O governador está sob cerco, e o prefeito de San Juan é uma pessoa desprezível e incompetente, que eu não confiaria em nenhuma circunstância”, afirmou.

Apesar das tentativas de pedir perdão pelo que foi dito, Rosselló teve sua imagem degradada diante da opinião pública desde o início da crise financeira que assola a ilha e da passagem do furacão Maria, que deixou mais de 4.000 mortos, em 2017.

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