Mensagens trocadas por procuradores da Lava Jato pelo aplicativo Telegram sugerem que Sergio Moro considerou “difícil de provar” a delação do ex-ministro Antonio Palocci sobre supostos crimes cometidos pelos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

As denúncias em questão foram divulgadas por Moro no dia 1º de outubro de 2018, a seis dias do primeiro turno das eleições presidenciais. Na época, o então juiz foi acusado por partidários do petista Fernando Haddad de querer prejudicar sua candidatura.

Em diálogo obtido pelo site The Intercept e divulgado pelo jornal Folha de S. Paulo nesta segunda-feira 29, o procurador Paulo Roberto Galvão comenta sobre a delação com colegas da força-tarefa da Lava Jato.

É o que mostram as mensagens trocadas na época por procuradores da Operação Lava Jato. 

“Russo comentou que embora seja difícil provar ele é o único que quebrou a omerta petista”, disse o procurador Paulo Roberto Galvão a seus colegas num grupo de mensagens do Telegram em 25 de setembro.

Russo era o apelido que eles usavam para designar Moro e associavam  os petistas à Omertà, o código de honra dos mafiosos italianos. 

A procuradora Laura Tessler, segundo a reportagem, considerava que era difícil provar a delação de Palocci: “Não só é difícil provar, como é impossível extrair algo da delação dele”, afirmou.  

As informações constituem mais uma demonstração de que Moro agiu não como juiz, mas politicamente para prejudicar o PT e favorecer Bolsonaro nas eleições presidenciais.

Procurados pela Folha de S. Paulo, o Ministério da Justiça e a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba defenderam a validade da delação de Palocci e levantaram dúvidas sobre a autenticidade das mensagens envolvendo procuradores. (Com as agências)

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