O ministro da Justiça, Sergio Moro , determinou nesta quarta-feira o envio da Força Nacional à terra indígena Vale do Javari, no Amazonas, que tem sido alvo de ataques desde setembro deste ano. O indigenista Maxciel Pereira dos Santos, servidor da Funai, foi assassinado na frente de seus familiares no município de Tabatinga, próximo da fronteira da Amazônia brasileira com a Colômbia e o Peru.
Segundo portaria que determina o envio das tropas, publicada nesta quarta-feira (4) no Diário Oficial da União, a medida se dá “em apoio” à Funai e “serve para garantir a integridade física e moral dos povos indígenas e dos servidores da Funai”. As tropas devem ficar na terra indígena por 180 dias, a partir da sexta-feira.
A base de proteção etnoambiental Ituí-Itacoaí é a principal instalação da Funai para garantir a segurança dos índios isolados que vivem no Vale do Javari. A região é uma das mais preservadas e remotas do Brasil e, nos últimos anos, vem sendo alvo de caçadores clandestinos, madeireiros e garimpeiros ilegais. Em setembro, um colaborador da Funai na região morto a tiros em Tabatinga, na região da tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru.
Após os ataques recentes e a morte de Maxciel, os índios isolados do Vale do Javari ficarão sem a proteção de funcionários da Funai. O último servidor da Funai que atuava na base deixou o local após uma série de ataques com disparos à instalação.
No dia 8 de novembro, a Justiça Federal do Amazonas determinou que a União fornecesse homens para fazer a segurança dos funcionários da Funai que atuam na base. A ação, segundo a decisão, seria coordenada pelo MPF, que então enviou ofícios para o Exército, Polícia Federal, Força Nacional de Segurança e para a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM).
A ação deveria ser coordenada pelo Ministério Público Federal (MPF), que enviou ofícios a órgãos federais como o Exército Brasileiro, Polícia Federal e Força Nacional. (Com informações O Globo)