A cidade de Manaus se mantém livre do novo coronavírus. Na tarde deste sábado, 29/2, a Prefeitura de Manaus e o Governo do Estado, alinhados ao Ministério da Saúde (MS), descartaram um caso suspeito, que por volta da 18h30 da sexta-feira, 28/2, foi identificado pela rede privada de saúde. A paciente, uma mulher de idade entre 30 e 40 anos, foi tida, inicialmente, como suspeita, mas, após análise laboratorial, foi confirmado o diagnóstico de Vírus Sincicial Respiratório (VSR).

O secretário municipal de Saúde, Marcelo Magaldi, afirmou que as mais de 220 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) estão preparadas para identificar os possíveis casos suspeitos e, de imediato, encaminhar ao hospital de referência Delphina Aziz, localizado na avenida Torquato Tapajós, zona Norte.

“Manaus está com um forte esquema de saúde preparado para identificar e, seguindo o protocolo do Ministério da Saúde, isolar possíveis casos do novo coronavírus. Neste sábado, tivemos um alerta que, após análise, foi descartado pelas equipes integradas de saúde”, destacou o titular da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), Marcelo Magaldi.

Desde o primeiro caso tido como suspeito no país, a Prefeitura de Manaus colocou toda sua estrutura em alerta e preparou seus servidores para identificar possíveis casos do novo coronavírus. Seguindo o protocolo do Ministério da Saúde, os casos considerados como suspeitos devem ser encaminhados ao governo estadual, que notifica ao nível federal.

Medidas municipais

Como parte das estratégias de prevenção ao novo coronavírus, a Prefeitura de Manaus está realizando capacitações para os profissionais de todos os Distritos de Saúde (Disas), para prepará-los para o enfrentamento da doença na possibilidade de ocorrência de casos no município.

Também foi reforçado o estoque de material de proteção para os profissionais de saúde e usuários, como máscaras, luvas, álcool em gel, medicamentos para o tratamento dos sintomas, como analgésico, anti-inflamatório, antitérmico e soro de reidratação oral.

FVS-Am

Segundo a diretora-presidente da FVS-AM, Rosemary Costa Pinto, o trabalho demonstra que tanto a rede de assistência pública e quanto a privada estão sensíveis à vigilância.

“Desde de janeiro a FVS, em conjunto com a Fundação Tropical, vem realizando capacitação para os profissionais de saúde, voltado para SRAG, e com a mudança do cenário epidemiológico do Covid-19, vem reforçando as atualizações de acordo com o preconizado pelo Ministério da Saúde (MS)”, declarou Rosemary.

Definição de caso suspeito – A paciente de 39 anos entrou para a classificação de suspeita porque atendia a um dos três critérios de definição de caso para o Coronavírus, que foi estabelecido pelo Organização Mundial de Saúde (OMS).

De acordo com a diretora-presidente da FVS, a paciente teve febre associada a sintomas respiratórios, como tosse e dificuldade para respirar, após ter viajado para a Itália, que é uma área com transmissão local, nos últimos 14 dias anteriores ao aparecimento dos sinais ou sintomas.

São considerados casos suspeitos de infecção pelo Covid-19:

Febre e pelo menos um sinal ou sintoma respiratório (tosse, dificuldade para respirar, batimento das asas nasais entre outros) e histórico de viagem para área com transmissão local (países atualizados recentemente) nos últimos 14 dias anteriores ao aparecimento dos sinais ou sintomas; ou

Febre e pelo menos um sinal ou sintoma respiratório (tosse, dificuldade para respirar, batimento das asas nasais entre outros) e histórico de contato próximo de caso suspeito para o Coronavírus (Covid-19), nos últimos 14 dias anteriores ao aparecimento dos sinais ou sintomas; ou

Febre ou pelo menos um sinal ou sintoma respiratório (tosse, dificuldade para respirar, batimento das asas nasais entre outros) e contato próximo de caso confirmado de Coronavírus (Covid-19) em laboratório, nos últimos 14 dias anteriores ao aparecimento dos sinais ou sintomas.

Monitorados – As autoridades de saúde do Amazonas reforçaram na coletiva que não há casos suspeitos ou confirmados do Covid-19 no estado. No momento, o órgão monitora duas pessoas, residentes em Manaus, que estavam no voo do paciente “zero”, mas até agora elas não apresentam sintomas.

Seguindo as diretrizes da OMS e do Ministério da Saúde, o monitoramento deve durar de 14 a 20 dias e está sendo realizado pela Vigilância Epidemiológica da FVS-AM, em conjunto com a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa).

“Nós estamos acompanhando a situação de saúde deles, se eles desenvolvem algum tipo de sintoma e na eventualidade de desenvolverem os sintomas, essas pessoas vão ter coletadas amostras laboratoriais que vão ser examinadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública, o Lacen da FVS, para o descarte dos outros vírus respiratórios. Descartando algum desses vírus, e permanecendo a pessoa com sintomas, essas amostras serão encaminhadas para o laboratório do Instituto Evandro Chagas, onde serão feitas análises específicas para o novo Coronavírus”, explicou a diretora-presidente da FVS.

O controle no Aeroporto Internacional de Manaus também foi reforçado, em parceria com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Nós temos no aeroporto um plantão da Anvisa de dois profissionais, em plantões de 24 horas. Então esses profissionais estão acompanhando a chegada, principalmente dos voos internacionais e, sendo detectado algum paciente sintomático, é acionado todo o fluxo de atendimento e referência desse paciente e esse paciente vai passar por uma avaliação médica”, explicou Rosemary.

Cuidados no dia a dia – A transmissão do coronavírus, como a de qualquer síndrome gripal, costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva; espirro; tosse; catarro; contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão; contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

Atualização de SRAG – A FVS-AM divulgou, na quinta-feira (27/02), a 8ª edição do Boletim Epidemiológico da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Estado do Amazonas, que corresponde à análise de notificação de novembro de 2019 até o dia 25 de fevereiro de 2020.

Segundo o boletim, foram notificados, até o momento, 216 casos de SRAG, sendo 188 apenas na capital amazonense. Destes, foram confirmados 44 casos por vírus respiratórios, sendo identificados 17 casos provocados por Adenovírus, 15 casos de Influenza B, cinco para Vírus Sincicial Respiratório (VRS), três por Influenza A (H1N1), dois para Metapneumovírus e dois para Parainfluenza 1.

Nessa edição, a FVS informa que no total foram registrados, a partir de novembro, 29 óbitos por SRAG. Desses, nove foram por vírus respiratórios e 20 por outras síndromes respiratórias não virais. Dos nove óbitos, já mencionados no último boletim, todos são residentes de Manaus, 4 Adenovírus, 3 por Influenza B, 1 Vírus Sincicial Respiratório (VRS) e 1 Metapenumovírus.

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