De franco apoiador a traidor. Para muitos bolsonaristas, é assim que o Carlos Vereza é visto agora. A polêmica em torno do nome do ator se acendeu na sexta (3), quando ele anunciou nas redes sociais que estava rompendo com o governo: “tirei o meu time.” Em seguida, diante da fúria da tropa de defensores do presidente e de suas ideias, o ator, que antes era um dos líderes de apoiadores de Jair Bolsonaro entre a classe artística, decidiu tornar o seu perfil no Facebook fechado ao público. Em um texto de despedida, ele ressaltou: “O que me motiva a escrever para poucas pessoas é estar constatando a invasão de uma horda de bárbaros, quadrúpedes fanatizados, filhotes sectários formados pelo populismo do honesto mas egocêntrico Jair Messias Bolsonaro.”
Vereza não foi o único a abandonar o barco de apoio ao presidente. Nos últimos dias, o país assistiu uma debandada de figura públicas que apoiaram Bolsonaro nas últimas eleições. A deputada Janaína Paschoal, do PSL, foi uma das primeiras a declarar, em meio às polêmicas em torno da quarentena para conter a Covid-19, que não estava mais do lado do presidente. Dona de credenciais conservadoras e católica fervorosa, a deputada, que chegou a ser cotada para vice, fez duras críticas não só a Bolsonaro como a seus filhos nas redes sociais. “Mas quem o está colocando em risco é ele, os filhos dele e alguns assessores que o cercam. Acordem! Dia 26, se as ruas estiverem vazias, Bolsonaro perceberá que terá que parar de fazer drama para TRABALHAR!… “, escreveu em uma das postagens.
O Cantor Lobão também explanou o seu descontentamento com o governo de Bolsonaro. Ele declarou, entre outras, que o presidente “não tem capacidade intelectual para gerir o Brasil. Outro famoso apoiador do presidente, o empresário Luciano Hang, ameaçou jogar a toalha de apoio caso o governo não cumpra seus compromissos. Depois de desavenças públicas, o governador de São Paulo, João Dória (PSDB), declarou que se arrependia de ter votado em Bolsonaro no segundo turno. Antes muito próximo da família Bolsonaro, o governador Wilson Witzel (PSC) também já rompeu com o presidente. As brigas começaram quando Bolsonaro o acusou de ter vazado informações no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco e se estremeceram ainda mais diante das divergências sobre o isolamento social.
A última postagem do ator na íntegra:
“Hoje encerro minhas postagens abertas ao público. Quando iniciei no Facebook, há tempos, procurei fazer o melhor, pesquisar sempre temas que pudessem acrescentar algum tipo de intercâmbio com amigos, que nunca considerei virtuais.
Percebi neste tão maltratado e revolucionário meio de comunicação, um instrumento de difusão de ideias, algo como um diário eletrônico, com a vantagem de não acariciar o ego nem a posteridade, pois mal o texto é rabiscado, despenca, silencioso, para algum limbo digital.
Não tomo essa decisão por cansaço. O que me motiva a escrever para poucas pessoas, é estar constatando a invasão de uma horda de bárbaros, quadrúpedes fanatizados, filhotes sectários formados pelo populismo do honesto mas egocêntrico Jair Messias Bolsonaro.
Nenhuma diferença dos quadrúpedes petistas fanatizados pelo gatuno Lula da Silva. (Veja.com)







