A estátua de bronze de Theodore Roosevelt, presidente dos EUA entre 1901 e 1909, a cavalo e ladeado por um nativo americano e um africano, e que figura na entrada do Museu de História Natural de Nova York desde 1940, será removida.
A decisão, proposta pelo museu e aceita pela cidade de Nova York, proprietária do edíficio, ocorre depois de anos de reclamações de ativistas e no momento em que a morte de George Floyd, negro de 46 anos sufocado pelo joelho de um policial branco no fim de maio, tem gerado um urgente debate nacional sobre o racismo.
Para muitos, a estátua equestre na entrada do museu é um legado doloroso da expansão colonial e da discriminação racial.
“Nas últimas semanas, a comunidade do nosso museu ficou profundamente comovida para o mais abrangente movimento por justiça racial, que surgiu após a morte de George Floyd”, afirmou em entrevista a presidente do museu, Ellen V. Futter.
Futter esclareceu que a decisão do museu se baseia na estátua em si –especifamente, sua composição hierárquica– e não em Roosevelt, quem o museu continua a honrar como um “conservacionista pioneiro”. “Colocado de maneira simples”, ela acrescenta, “chegou a hora de removê-la”;.
A atitude do museu foi tomada em meio ao calor do debate de homenagem a figuras históricas coloniais e escravocratas, em especial símbolos confedarados como Robert E. Lee, alcançando um arco histórico mais amplo, que chega a Cristóvão Colombo e Winston Churchill.
Em muitos casos, os pedidos de remoção das estátuas foram feitos por manifestantes que dizem que as imagens são muito ofensivas para serem monumentos à história americana.
A decisão referente à escultura de Roosevelt é diferente, tendo sido tomada por um museu que, como outros, defendeu anteriormente –e preservou– tais ícones como relíquias de seu tempo que, mesmo que questionáveis, poderiam servir para educar. Decisão apoiada pela cidade, que tem a palavra final.
“O Museu de História Natural pediu para remover a estátua de Theodore Roosevelt porque explicitamente retrata negros e indígenas como dominados e racialmente inferores”, afirmou o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, em um comunicado. “A cidade apoia o pedido do museu. É a deicisão correto e o momento correto para remover essa estátua problemática.”
Quando o monumento será removido, para onde será levado e se algum outro irá substituí-lo ainda não foram determinados. Um membro da família Roosevelt publicou um comunicado em que aprova a remoção.
“O mundo não precisa de estátuas, relíquias de outra época, que não refletem valores da pessoa que pretendem homenagear nem os valores de igualdade e justiça”, disse Theodore Roosevel 4º, 77, bisneto do presidente americano e um dos administradores do museu.
“A composição da estátua equestre não reflete o legado de Theodore Roosevelt. É tempo de removê-la e seguir em frente.”
Em um gestão de contrapartida, o museu irá nomear sua Sala de Biodiversidade em homenagem a Roosevel, “em reconhecimento da conservação de seu legado”, explicou Futter. (Folha de S.Paulo)