O presidente Jair Bolsonaro minimizou o recorde de desmatamento e queimadas na Amazônia e os impactos negativos na imagem do Brasil no cenário internacional. Na live da quinta-feira (16), ele negou a devastação da floresta por atos criminosos, documentada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e usou explicações inusitadas.

“É mentira isso aí. A floresta nossa é úmida. Não pega fogo”, afirmou o presidente. “Pega fogo ali na periferia. E a maioria é o indígena, é o caboclo”, completou.

De acordo com Bolsonaro, o desmatamento e as queimadas seriam muito menores do que o divulgado, pois as áreas desmatadas neste ano seriam as mesmas que sofreram esse processo no ano passado. Para o presidente, as áreas que foram desmatadas tiveram um crescimento de mata nativa e agora foram novamente derrubadas. O presidente, entretanto, não explicou como isso seria possível, tendo em vista que está acontecendo um aumento dessa destruição.

O desmatamento em 2020 será maior do que em 2019, ano em que o Brasil registrou recorde de derrubada de vegetação nos últimos 10 anos, segundo dados do Inpe. O alerta veio dos sistemas Deter e SAD. Entre agosto de 2019 e abril de 2020, as taxas mensais de desmatamento ficaram todas acima das do período anterior.

O presidente afirmou ainda que a floresta “é úmida, não pega fogo”. Essa declaração já foi dada por Bolsonaro no ano passado, quando o país registrou recordes de queimadas.

Mesmo diante dos recorrentes recordes de desmatamento e queimadas, Jair Bolsonaro afirmou que o ministro responsável pela preservação do meio ambiente, Ricardo Salles, é excepcional e por isso não seria demitido.

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