O motorista identificado como Paulo Silva, de 37 anos, se apresentou na tarde desta sexta-feira (14) no 10º Distrito Integrado de Polícia (DIP), na Zona Centro-Oeste, de Manaus onde confessou ter agredido o homossexual Clayton Oliveira. Mas disse em seu depoimento que apenas reagiu ao assédio do jovem que denunciou as agressões.
“Assim que ele pediu a corrida, me enviou uma mensagem perguntando se eu queria ‘uma mamada’. Ele já entrou alcoolizado no veículo. Começou falar coisas indecentes e, quando eu menos esperei, ele colocou a mão no meu pênis e apertou. Nessa hora eu não me segurei. Segurei a mão dele e bati. Eu não me arrependo, apenas me defendi. Eu não sou homofóbico, não tenho preconceito. Mas ele me desrespeitou. Se fosse mulher eu também não teria gostado. Isso não é certo”, disse o motorista, que lotaram o 10º DIP em apoio a Paulo Silva.
Entenda o Caso
Clayton Oliveira denunciou na tarde da quinta-feira (13), por meio do Instagram, que foi espancado por um motorista do aplicativo 99 por ser homossexual. Segundo ele, o fato teria ocorrido por volta das 21h da quarta-feira (12), durante uma corrida iniciada no bairro Alvorada, Zona Centro-Oeste de Manaus.
No Instagram, Clayton conta que, no meio da viagem, o motorista do aplicativo identificado como Junior Cruz da Silva perguntou se ele era gay. Ao responder que sim, levou um soco do homem, que disse ter ódio de homossexuais.
“Disse que sim e então começo a ser espancado, levando socos e gritos de que ‘viado precisa morrer’ e que eu precisava disso e eu só sairia de lá depois de morto”, conta.
O jovem relata que, com medo das ameaças de morte, precisou pular do carro, que estava em alta velocidade. “Tentei relutar, puxei pelo menos uma das bolsas que tinha alguns documentos”, afirma. “Ou era isso ou eu estaria morto”.
A vítima contou ainda que o motorista teria dito que voltaria para agredi-lo até a morte. “Ele me jurou que voltaria e me mataria de tanta porrada”, conta.