Após um período de 10 dias de lockdown, Araraquara se tornou um case para o país. Por duas vezes nas últimas duas semanas, enquanto São Paulo batia recorde de óbitos, o município não registrou mortes por Covid-19 em 24 horas. Uma vez em 26 de março e outra no sábado (3/4). Para o prefeito do local, Edinho Silva (PT), a cidade está colhendo frutos da restrição, adotada em 15 de fevereiro.
Em entrevista ao Metrópoles, o petista defendeu a adoção da medida mais severa para todo o país. “Se você não tem vacinação em massa, só tem uma medida para tomar, que é o isolamento social”, assinala.
“Se você provocar um lockdown por 10 ou sete dias, cria-se uma interrupção da contaminação. Se fizéssemos isso nacionalmente, o Brasil apresentaria queda nas internações, nas mortes, e teria condições de organizar leitos, sistema de vacinação, e poderíamos, inclusive, começar o planejamento da retomada da economia.”
Na avaliação de Edinho Silva, é falsa a dicotomia entre salvar vidas ou economia. “Atualmente, o principal fator de retração da economia é a instabilidade adotada na pandemia. Não é abrir ou não o comércio que vai garantir que a economia volte a crescer. Nenhum empresário vai fazer investimentos se não estivermos vivendo uma situação de estabilidade. E, hoje, estabilidade significa nós termos o mínimo de gestão sobre a pandemia”, pontua.
O chefe do Executivo municipal acredita que, com as informações da vigilância sanitária e epidemiológica recebidas pelo governo, houve omissão do estado no enfrentamento da pandemia.
“Vivemos a maior tragédia humanitária da nossa história, que, infelizmente, está caracterizada por um genocídio. O presidente não gosta que fale, mas, na minha opinião, há o genocídio de uma nação por uma omissão governamental.”