O Tribunal de Contas da União (TCU), órgão responsável pela fiscalização dos gastos públicos no país, abriu uma licitação, na última quarta-feira (12/5), direcionada à compra de webcams – câmeras de vídeo que captam imagens e as transferem ao computador. O valor do pregão é de R$ 790 mil, para aquisição de 1.505 unidades, com valor unitário de R$ 525.
Em uma rápida pesquisa em sites de venda de aparelhos eletrônicos, é possível encontrar webcams com valores até 70% mais baixos do que o a ser desembolsado nas unidades (R$ 525). Na internet, os custos variam entre R$ 150 e R$ 500, dependendo do modelo e da marca dos equipamentos.
Questionado sobre o diferencial das câmeras, para que o valor seja acima do preço de mercado de lojas comuns, o TCU informou que “buscou-se câmeras com requisitos de qualidade de som e imagem, compatíveis e certificados para uso com a plataforma Microsoft teams, com prestação de garantia em todas as unidades da federação e que possuíssem mecanismos de privacidade integrados”.
Na licitação, o TCU listou especificações técnicas e o modelo de referência das webcams, que é “Logitech Série C920, similares ou superiores”. Há câmeras do mesmo gênero, como a da foto (veja abaixo), oferecidas a R$ 439 em um site de loja de varejo comum. Isso significa que os R$ 525 previstos pela Corte são 19,6% superiores. Além disso, em compras por atacado, como a desejada pela Corte de contas, normalmente os preços oferecidos recebem descontos substanciais.
Caso comprasse o equipamento anunciado na internet, o TCU poderia ter uma economia de R$ 86 por unidade, o que geraria uma economia geral potencial nas 1.505 câmeras de R$ 129,4 mil.
Por se tratar de uma licitação direcionada à aquisição de um grande volume de equipamentos eletrônicos, era de se esperar que o desconto fosse ainda mais alto, e a economia, maior. Esse é, inclusive, um dos critérios que devem ser levados em consideração em um pregão, como o menor preço e o melhor produto.
