As perguntas foram feitas durante evento virtual promovido pelo banco Credit Suisse, nesta sexta-feira (10/9). A conversa foi comandada pelo ex-presidente do Banco Central Ilan Goldfajn.
“O Brasil pode destravar seu potencial econômico, expandir sua economia e reduzir o desemprego, quando você tem barulho de diferentes líderes institucionais, [com] a retórica do presidente e de outros [atores], um barulho geral? Como o Brasil pode evoluir com esse nível de ruído? Você falou com o presidente [sobre] quão importante a estabilidade é para investidores? E qual sua visão sobre o cenário adiante?”, questionou um executivo do banco em Nova York.
Guedes respondeu que os Estados Unidos também tiveram muitos ruídos nas últimas eleições e que confia nas instituições democráticas.
“O que aconteceu no Brasil nos últimos dias? Milhões, centenas de milhares de pessoas foram às ruas celebrar pacificamente, sem violência, todas vestidas de verde e amarelo. Isso é novo na política brasileira. Todas acenando bandeiras. Uma pacífica celebração da democracia, de um lado”, disse Guedes.
“Do outro lado, atores – e especificamente o presidente – podem ter ultrapassado [os limites] em palavras. Mas e sobre as ações? O presidente nunca ordenou nada para ser preso [sic], nunca transgrediu nada no front fiscal. O presidente está tentando [fazer] o máximo que pode para permanecer nas quatro linhas, para não sair das regras do jogo”, afirmou o ministro da Economia.
Na oportunidade, o titular da pasta da Economia também destacou que é direito de todos se manifestar, mas que isso não deve ser feito com incitação à violência ou com ataques à democracia.
“Uma coisa é manifestar sua opinião sobre como instituições estão funcionando. Outra coisa é conclamar pessoas para a violência. Se há algum erro ou mal-entendido sobre isso, o presidente mesmo ontem fez uma nota dizendo que ‘não estou fazendo nenhum movimento contra a Suprema Corte, o Congresso ou outro Poder constitucional; eu posso ter derrapado aqui e ali em palavras, mas nunca em ações’”, concluiu Guedes. Com informações de Metrópoles.