O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) defendeu, na manhã desta quinta-feira (4/11), que o Brasil não precisa mostrar como cumprirá a promessa de reduzir 30% das emissões de metano até 2030, feita na abertura da Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (COP26), porque se trata de uma questão interna.
“Acho que o Brasil não tem que chegar lá e apresentar o como fazer. O como fazer é uma questão interna nossa. O Brasil se comprometeu, junto aos demais países a diminuir suas emissões. Aquilo que estava previsto em 45% pra 2030, passou a ser 50%, então fizemos esse aumento”, disse Mourão a jornalistas, ao fim da rodada de conversa com o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite.
“Entramos na questão do metano, na redução de 30% das emissões, algo que já estamos fazendo no nosso país e o ‘como é o trabalho’, não só do nosso governo. Ainda têm 2 governos aí pela frente, é uma questão de continuidade”, sugeriu Mourão, que também preside o Conselho Nacional da Amazônia Legal (Cnal).
Os governos de cerca de 100 países, incluindo o Brasil e alguns dos maiores emissores de gases do efeito estufa do planeta, firmaram o compromisso de reduzir 30% do metano até 2030. Esse é um dos gases que mais contribuem para o aumento da temperatura do planeta. O acerto foi feito na Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (COP26), em Glasgow, na Escócia.
Em sua fala na conferência, no entanto, o Brasil não esclareceu nem estabeleceu metas para que o objetivo de redução de emissões seja alcançado.
Desenvolver sem derrubar
Durante a rodada de conversas da COP26, Mourão disse ainda que é possível desenvolver a Amazônia sem derrubar uma árvore. Para o presidente do Cnal, o conceito “desenvolvimento sustentável” é pleonasmo, já que não existe outro meio de introduzir a bioeconomia no bioma.
“Essa é uma das grandes tarefas que o conselho vem se dedicando. Lembro sempre que o conselho não tem função executiva, e sim uma função de coordenação e integração das políticas públicas voltadas para a Amazônia. Hoje, a gente não tem a mínima dúvida de que nós podemos desenvolver a Amazônia sem derrubar uma única árvore. Essa é a visão do futuro pra Amazônia.
“Temos várias Amazônias. Áreas que já foram antropizadas, mas áreas, em torno de 82% da Amazônia, continua intacta, como quando Cabral chegou aqui em 1500”, comparou.
Na semana passada, o Observatório do Clima divulgou, segundo dados do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), que o Brasil aumentou em 9,5% suas emissões de gases poluentes em 2020. O país liberou 2,16 bilhões de toneladas de gás carbônico em 2020, contra 1,97 bilhão em 2019. Com informações de Metrópoles.







