Na última sexta-feira, 11, conforme relato do empresário do transporte fluvial de São Gabriel da Cachoeira, Edison Ambrósio de Andrade, a embarcação Jeivi foi apreendida na comunidade de Puerto Ayacucho por autoridades policiais da Venezuela.
A embarcação transportava 35 passageiros, entre venezuelanos, colombianos e brasileiros, com destino a San Carlos de Rio Negro na Venezuela e San Felipe na Colômbia, além de 6,2 mil litros de óleo diesel e bombas agrícolas para o fronteiriço país vizinho colombiano.
Para perplexidade do comandante da embarcação e de sua tripulação, o que num primeiro momento parecia uma fiscalização de rotina foi transformado em ação policialesca.
De acordo com o relato, além da ameaça de morte, a embarcação e toda a sua carga foram inexplicavelmente apreendidos mesmo com a documentação – manifestos de carga e passageiros – em dia e de acordo com as exigências aduaneiras venezuelana.
“Fomos abordados ameaçadoramente pelo comandante do posto e mais dois soldados. Todos estavam armados e com a intenção de nos matar”, denuncia o proprietário da embarcação. “Fomos recebidos a tiros que nos fizeram correr em direção ao nosso barco”, completa.
De acordo com o proprietário da embarcação, com linha regular para os países vizinhos, até o momento nenhuma solução foi adotada. Os passageiros continuam presos à embarcação e a carga perecível corre risco de extraviar.
O comandante da aduaneira venezuelana, Tibisay Correa, entretanto (ver documento), alega não ter conhecimento do relato do empresário brasileiro e que o ocorrido é normal.
Postagem no Facebook
EDILSON AMBRÓSIO DE ANDRADE Brasileiro, Casado, Empresário, com o devido respeito informo o ocorrido no Posto de Controle: Chaparro- Venezuela. Onde me apresento espontaneamente para informar a entrada em águas estrangeiras da Embarcação JEIVI, da minha propriedade. Embarcação que transportava (35) Passageiros. Entre eles VENEZOLANOS, COLOMBIANOS E BRASILEIROS, mais lá tripulação. O destino era San Carlos de Rio Negro/Venezuela e San Felipe/Colômbia.
Porque o Rio está muito baixo, encostamos antes do Posto de Control Chaparro e fomos em voadora para conversar coordialmente com o Comandante, apresentar as Faturas de Cargas como de costume. Quer dizer, tudo que foi transportado no navio estava devidamente (Documentado). Entre elas Duas (02) Armas (Escopetas) com suas munições, pertencentes aos seus donos que vivem no interior do Estado Venezuelano, Bombas de agricultura que iam para a COLÔMBIA.
4.200 litros de combustível que iam para o Bicariato do Município Alto Orinoco. (Escola Alto Orinoco) mais o combustível da viagem e para abastecer alguns comerciantes venezuelanos e colombianos. Também 2.000.000 litros de óleo diesel. Como não há eletricidade cada quem coloca seu gerador de corrente, para seus produtos (PERECEDEIROS) em geral. Material para comerciantes de ambos os países.
Entretanto, o Comandante e seus subalternos foram informados sobre as facturas (Nota de Produtos). Não obstantes APRENDERAM COM ILEGALIDADE E HOUVE AGRESSÃO PARA CONOSCO. Uma vez EU e Ele Senhor ALDOMIRO (Cabeludo) estávamos totalmente desarmados fomos tratados com tiros o que nos fez correr para nossa embarcação correndo do perigo por nossas vidas, o Comandante desse posto com um fuzil conseguiu pular para ele a voadora com mais dois militares, e com intensão de nos matar.
Não subtraindo outra possibilidade que fosse retornar à nossa Fronteira Brasilera, levando conosco (Militares Venezuelanos) para dentro da voadora, e pedindo ajuda ao Pelotão de Fronteira de Cucui com intensão da nossa Bendera nos acolhesse e conse guir esclarecer o problema.
Quando chegamos em Cucui e passamos a informação ao Comandante do Brasil, este acabou sendo convencido pelo comandante venezuelano a ser devolvido ao seu posto e o Barco seria liberado para amenizar a situação criada por ele mesmo. Coisa que não cumpriu.!!! O que sabemos é que o comandante venezuelano agiu de forma péssima, criminosa, dizendo mentiras e utilizando os materiais encontrado no El Barco JEIVI, para justificar as suas atitudes arbitrárias.
Hoje já se passaram (07) Dias do ocorrido e nenhuma solução foi tomada. Momento em que os produtos perecíveis se encontra danificados, mais o mal-estar dos nossos passageiros que tinham destino final San Carlos e San Felipe. Como é público e notório minha embarcação faz linha de 15 a 15 dias nos países vizinhos, oferecendo transferências das pessoas para os dois países, quer dizer eu oferecendo uma mão amiga a vocês.
Hoje estou prejudicado e muito, ainda não tenho solução para quem clamo às autoridades competentes resolvam urgente, para que tudo seja resolvido de forma amigável.
Atenciosamente:
EDILSON AMBRÓSIO DE ANDRADE.”
Continue passando o tempo e o capitão e a sua tripulação vivem da navegação lembrem-se são #OsNavegantes e esse é o seu navio e bongos entreguem o seu casulo e já.
Por Tibisay Correa
Fonte: Capitão e Marinheiros.
NOTA DE ESCLARECIMENTO
Infelizmente sobre o episódio do Barco JEIVI e que vem sendo anunciado nos grupos é verdade em partes, pois realmente foi abordado em águas venezuelanas de forma ilegal, apesar de possuir todas as permissões e documentação das cargas e continua sendo mantido sob a tutela da Venezuela de forma irregular, situação essa que esperamos resolver consensualmente entre os países, uma vez que nós gabrielenses recebemos nossos amigos venezuelanos de braços abertos, o que nos entristece muito tamanha contenda, contudo, no que diz respeito a possível conflito armado, caso não seja resolvido, em nenhum momento fora cogitado!
Atenciosamente
Adm. JEIVI