Com o objetivo de reforçar o alerta para a prevenção e o diagnóstico precoce das hepatites virais, a Prefeitura de Manaus vai promover a campanha “Julho Amarelo”. A programação será executada por profissionais das unidades de saúde da rede municipal, que irão desenvolver, no mês de julho, atividades educativas com orientações sobre a importância do uso do preservativo e da vacinação contra as hepatites A e B, além da intensificação da oferta do teste rápido para hepatites B e C.

Dados do Sistema de Notificação de Agravos (Sinan) mostram que Manaus registrou 366 novos casos de hepatites virais no ano de 2021, incluindo 200 casos do tipo B e 146 do tipo C. Em 2022, já foram diagnosticados 70 casos de hepatites (40 de hepatite B e 29 casos de hepatite C).

O secretário municipal de Saúde, Djalma Coelho, alerta que as hepatites virais também podem ser infecções transmitida sexualmente e que muitas vezes não apresentam sintomas, mas que, sem diagnóstico e tratamento precoce, podem evoluir para formas crônicas, com danos graves ao fígado, e causando cirrose ou câncer do fígado.

“A prevenção é a melhor forma de controle da infecção. Para isso, a Semsa disponibiliza preservativos masculinos em todas as unidades de saúde, dispensados para o público de forma gratuita, sem necessidade de cadastro e com retirada imediata. A vacina contra a hepatite B também é oferecida em 171 salas de vacina na rede municipal. As estratégias para a prevenção são executadas durante todo o ano, mas serão intensificadas no mês de julho para alertar a população sobre os riscos da doença”, ressalta Djalma Coelho.

Segundo a chefe do Núcleo de Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST/Aids) e Hepatites Virais da Semsa, Rita de Cássia Castro de Jesus, a hepatite causa grave preocupação nos serviços de saúde no Brasil e no mundo, existindo hoje um esforço conjunto internacional com o objetivo de eliminar esse agravo como um problema de saúde pública até o ano de 2030.

“Existem muitos desafios para o controle da transmissão das hepatites virais, o que inclui o diagnóstico precoce. Sendo uma doença que muitas vezes não apresenta sintomas, a pessoa com a infecção pode passar décadas sem o diagnóstico. Por isso, uma das estratégias da Semsa é a oferta do teste rápido para hepatites B e C, disponível em 193 unidades de saúde. É um exame em que se pode obter o resultado em 30 minutos, feito na UBS por profissionais treinados, sem necessidade de encaminhamento médico, a partir de análise da gota de sangue retirada da ponta do dedo do paciente”, explica Rita de Cássia.

Infecção

As hepatites virais podem ser causadas pelos vírus A, B, C, D e E. Os tipos B, C e D são as formas mais graves, tendo transmissão por relação sexual desprotegida, transfusão sanguínea e derivados do sangue contaminado, assim como o compartilhamento de seringas, escova de dente, lâmina de barbear, alicate de unha e outros objetos perfurocortantes.

Já a hepatite A é transmitida por via oral-fecal, de uma pessoa infectada para outra saudável ou por alimentos ou água contaminados. A vacina para hepatite A é oferecida na rede municipal, direcionada para crianças de até cinco anos.

Mesmo que, na maioria dos casos, não haja manifestação de sintomas, em algumas situações o paciente pode apresentar: cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.

De modo geral, os cuidados necessários para a prevenção das hepatites incluem a adoção das seguintes medidas: lavar as mãos após ir ao banheiro e antes de comer; lavar os alimentos antes do consumo; cozinhar bem os alimentos antes do consumo; ingerir; ter cuidado no manuseio de instrumentos cortantes; adotar instrumentos pessoais de beleza, tais como pinça, tesoura de unhas etc.; usar individualmente seus próprios objetos de higiene; usar preservativo nas relações sexuais; e utilizar agulhas e seringas descartáveis.

Artigo anteriorVereadores aprovam concessão da maior honraria da Câmara de Manaus ao presidente da Aleam, Roberto Cidade
Próximo artigoDPU pede ao Supremo Tribunal Federal que proibição de despejos por causa da Covid-19 seja prorrogada