A Justiça do Rio Grande do Sul anulou, nesta quarta-feira (3/8), o júri que condenou os quatro réus processados pela tragédia da Boate Kiss, em Santa Maria (RS). Com a decisão, as prisões foram revogadas e um novo júri deve ser marcado.

Dos três desembargadores da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS), dois votaram a favor das nulidades.

A defesa argumentou que o juiz responsável pela decisão e que definiu as penas, Orlando Faccini Neto, agiu de forma parcial, que houve excesso de linguagem e quebra da paridade de armas entre acusação e defesas no uso de uma maquete digital pelo Ministério Público.

Veja a decisão:

O relator, Manuel José Martinez Lucas, foi o único a votar contra a anulação do júri. O desembargador afirmou que um julgamento da magnitude como o deste caso não poderia ser anulado por questões que não tiveram relevância para o resultado.

Os magistrados José Conrado Kurtz de Souza e Jayme Weingartner Neto, por outro lado, votaram a favor das nulidades.

Os quatro réus foram julgados em dezembro de 2021, no Rio Grande do Sul, por 242 homicídios consumados e 636 tentativas.

São eles: Elissandro Callegaro Spohr, o Kiko, 38 anos, sócio da boate, que foi condenado a 22 anos e seis meses de prisão; Mauro Lodeiro Hoffmann, 56 anos, também sócio da Boate Kiss; condenado a 19 anos e seis meses; Marcelo de Jesus dos Santos, 41 anos, integrante da banda Gurizada Fandangueira; e Luciano Augusto Bonilha Leão, 44 anos, produtor musical da banda; ambos condenados a 18 anos de reclusão.

O juiz determinou que a pena começasse a ser cumprida imediatamente, mas os réus tinham conseguido um habeas corpus preventivo. A decisão foi derrubada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) logo depois e os quatro foram presos.

Artigo anteriorFamílias da comunidade Ouro Verde recebem títulos definitivos de moradia
Próximo artigoDefensoria obtém liminar do STF que impede reintegração de posse em Manacapuru